DO ENVIADO A CURITIBA
E DA AGÊNCIA FOLHA

No início do ano, Washington, 29, era um atleta sem clube, com grave problema cardíaco, à beira da aposentadoria precoce.
Com a vida no futebol em xeque, o jogador brasiliense resolveu investir para o caso de ter de encerrar a carreira. Montou uma construtora e abriu uma livraria em Caxias do Sul (RS), onde mora parte de sua família.
Ao lado do amigo Marcos Malaquias, passava tardes na sede da Massa Sports, deitado num colchão improvisado.
"Em um ano minha vida mudou completamente", resume Washington, que assinou contrato com o Verdy Tokyo (JAP).
A volta ao futebol, após três intervenções no coração e a implantação de três stents (espécie de túnel de aço que mantém o fluxo sangüíneo), aconteceu em 8 de fevereiro, no clássico contra o Paraná Clube pelo Estadual.
Vitória de 3 a 0 do Atlético-PR, com direito a um gol do artilheiro. "Sou muito grato ao Atlético, que acreditou em mim", afirma o recordista de gols em um só Brasileiro -marcou 33 vezes.
Após estourar para o futebol nacional com a camisa da Ponte Preta, o jogador quase foi para o Corinthians. A negociação não foi levada a cabo porque Wa- shington tinha diabetes. Na Turquia, descobriu mais tarde, corria o risco de sofrer um infarto se não operasse.
Já artilheiro do time e ídolo da torcida, Washington sofreu outro baque neste ano. Foi seu amigo Marcos quem lhe deu a notícia sobre a morte do zagueiro Serginho. "Eu o avisei com todo o cuidado, mas não dá para ficar alheio a esse tipo de acontecimento. Mas ele soube separar as coisas. Alguém que superou o que ele superou não pode ter medo de nada." (FM E DV)


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