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FUTEBOL
Recorde o campeonato de 8 meses que desfilou 24 protagonistas atrás de um papel nas edições reduzidas do futuro
Diga adeus ao último grande Brasileiro
ALCAGÜETE
A aparente severidade do
STJD neste Brasileiro
criou uma nova figura nos campos: o torcedor-delator. A febre
aconteceu após Luiz Zveiter decidir que o clube não perderia o
mando de campo caso denunciasse fãs que atirassem objetos
no campo. O Palmeiras chegou a
incentivar a delação em seu estádio. Em panfleto, pedia:
"Torcedor,
não deixe que
prejudiquem o
seu time! Certas atitudes levam seu time à
derrota na Justiça desportiva. Não permita que vândalos joguem objetos no campo. Denuncie,
defenda o seu
time".
BANDEIRANTE
Só o Atlético-PR foi páreo
para os paulistas. O Estado levou 3 das 4 vagas na Libertadores e ocupa 4 dos 5 primeiros
lugares. O número pode crescer
se o São Caetano recuperar os 24
pontos que perdeu no STJD.
COELHOS
Santa Catarina pintou como grande surpresa. Em 7
das 11 rodadas iniciais, a liderança ficou
com Criciúma
ou Figueirense. Mas o fôlego durou pouco. Hoje, o Criciúma precisa
vencer e torcer
para não cair.
E o time de
Florianópolis,
que ficou invicto por dez
rodadas, ainda
não está na
Sul-Americana. No final de
semana passado, o Estado
esteve perto de
pôr outro time
na Série A
-mas o Avaí
naufragou.
DESFIBRILADOR
Na noite de 27 de outubro, o aparelho usado para salvar pessoas com parada cardíaca entrou no dicionário do futebol brasileiro. Eram 13min50s
do segundo tempo de São Paulo x
São Caetano quando Serginho,
30, zagueiro do time do ABC, caiu
no gramado. Médicos tentaram
reanimá-lo, sem êxito. No Paulista do próximo ano, juízes terão
desfibriladores à disposição para
emergências.
ESTRANGEIROS
Falam outras línguas alguns dos destaques do
Brasileiro. É uruguaio o zagueiro
tido como o responsável pela zaga menos vazada do torneio.
Com 41 gols sofridos, o São Paulo
viu em Lugano a segurança que
faltou em temporadas passadas.
O sérvio Petkovic, mesmo no
combalido Vasco, deixou sua
marca ao se converter no estrangeiro que mais gols fez em Nacionais (52, sendo 18 neste ano).
FÉRIAS
A novidade foi encampada primeiro pelo palmeirense Mustafá Contursi, após briga com o Sindicato dos Atletas de São Paulo. Acabou copiada por
rivais e pode ser decisiva na rodada de hoje. Pela primeira vez em
uma reta final de Brasileiro, times
estarão desfalcados por terem dado férias antecipadas a seus atletas. São os casos de Palmeiras,
Corinthians, Botafogo, Cruzeiro,
Criciúma, Paraná e Figueirense.
GANGORRA
Nunca um Brasileiro teve
tantos líderes como nesta
edição. No total, nove equipes
sentiram o gosto de pontear a
competição, entre elas a Ponte
Preta e os dois "coelhos" catarinenses. Quem mais rodadas esteve em primeiro lugar foi o Santos,
que antes de roubar a hegemonia
do Atlético-PR na semana passada havia liderado em 18 jornadas.
HORÁRIO
Mais uma vez o horário de
verão castigou as equipes
do Norte e Nordeste do país, que
tiveram que disputar jogos em
Salvador e em Belém com sol a pino. Nos fins de semana, o Brasileiro-04 também abandonou a
tradição para atender aos interesses da TV. Além do horário habitual das 16h, houve jogos às 17h,
às 18h, às 18h10 e às 20h30, aos sábados e aos domingos.
INGRESSO
A BWA, empresa que
produz entradas para a
maioria dos jogos do Nacional,
foi quem mais ganhou neste ano.
Até a 40ª rodada, a fabricante havia faturado R$ 2,2 milhões. A
BWA lucra em média R$ 0,41 por
ingresso. Depois dela, quem mais
receita teve com a bilheteria foi o
Corinthians.
JOGUINHO
Com as principais estrelas
atuando no exterior, problema que se agravou com a evasão ao longo do torneio, o Brasileiro teve baixo nível técnico. A
média de 2,76 gols por confronto
é a pior dos últimos sete anos. Os
times também chutaram pouco
-pior média em dez anos- e
driblaram menos do que em
2003. A CBF decidiu diminuir a
janela para transferências em
2005.
KIA
O executivo iraniano Kia
Joorabchian tomou conta
do noticiário nos últimos quatro
meses do Brasileiro. Desde que a
MSI passou a negociar parceria
com o Corinthians, em agosto,
nenhum atleta ou técnico foi alvo
de tantos debates como o empresário de 33 anos, que fechou contrato para comandar o futebol do
clube mais popular de São Paulo
até 2014.
LUTA-LIVRE
A pancadaria envolvendo
atletas e torcedores do
Flamengo na noite de 14 de novembro é o símbolo de uma das
mais desastrosas campanhas da
história rubro-negra em Brasileiros. Zinho, Júnior Baiano e Júlio
César se engalfinharam com
membros de uniformizadas do
Fla após goleada de 6 a 0 sofrida
para o Atlético-MG, que também
entra em campo hoje ameaçado
de rebaixamento para a Série B.
MERMÃO
Não foi apenas o Flamengo que deu desgosto aos
cariocas neste Nacional. Depois
de um Estadual empolgante, com
grandes jogos e estádios cheios, o
Rio viveu nove meses de ostracismo. Os quatro grandes estão com
saldo negativo. O Vasco só se livrou do fantasma da segunda divisão na semana passada. O Fluminense faz apenas campanha
medíocre -classificou-se para a
Sul-Americana. E Flamengo e
Botafogo jogam hoje com a espada da Série B sobre suas cabeças.
NAUFRÁGIO
Nada deu certo para o
Grêmio no Nacional-04.
Campeão mundial e bi brasileiro,
o time gaúcho foi degolado da elite a três jornadas do final e vai disputar a Série B pela segunda vez.
A campanha pífia, com apenas 9
vitórias em 45 rodadas, já garantiu ao Grêmio o "título" de lanterna do torneio, sete pontos atrás
do Guarani, também rebaixado.
OBESO
Com 46 longas jornadas
disputadas em oito meses,
o Brasileiro emagrecerá em 2005.
Pelos planos da CBF, essa foi a última vez que a divisão de elite
contou com 24 equipes. No ano
que vem, o número cairá para 22,
para se estabilizar em 20 a partir
da temporada 2006.
PRANCHETA
Equipes com técnicos historicamente vitoriosos
em Brasileiros tiveram sucesso
em campo. O santista Luxemburgo, quatro títulos nacionais no
currículo, pode conquistar seu
quinto troféu. O atleticano Levir
Culpi jamais levou o Brasileiro,
mas está entre os oito únicos treinadores da história a ter mais de
cem vitórias em Nacionais.
QUILOMETRAGEM
O Brasileiro-04 não deu
vez nem para os veteranos
nem para os times centenários.
Atletas que beiram os 40 anos,
donos de salários polpudos, naufragaram. Romário teve seu contrato rescindido pelo Fluminense. Valdo é um dos símbolos do
Botafogo. Santos e Atlético-PR,
no páreo hoje pelo título, não têm
nenhum titular "trintão".
ROBINHO
Com faro de gol incomum em sua carreira e
sem o companheiro Diego na
maior parte do Nacional, o santista de 20 anos foi alijado no
meio do Brasileiro por causa do
seqüestro de sua mãe. Mesmo fora de combate há seis rodadas, segue como o artilheiro do Santos,
com 21 gols, ao lado de Deivid.
Hoje, na decisão, está de volta.
STENT
Três túneis de aço que dilatam as veias são o símbolo do recordista de gols em
uma edição de Brasileiro. Washington, 29, superou um grave
problema cardíaco para comandar o Atlético-PR. Antes de marcar 33 vezes e de virar o maior
ídolo rubro-negro, o atacante ficou um ano e meio longe do futebol e pensou em se aposentar.
TAPA-BURACO
Denis Marques, Basílio,
William e Diego Tardelli.
Os quatro não figuravam no 11 titular de suas equipes, mas viraram protagonistas do Brasileiro
na reta final. O atacante do Atlético-PR substituiu Dagoberto e
manteve seu time no páreo. Os
santistas se revezaram para ocupar o espaço deixado por Robinho. E o são-paulino acabou com
o entra-e-sai no ataque tricolor.
UAI
Depois de uma temporada gloriosa em 2003, Minas Gerais viu seu futebol murchar. O Cruzeiro, campeão no
ano passado sob o comando de
Luxemburgo, sofreu um desmanche e foi coadjuvante durante todo o campeonato. E o Atlético-MG, afundado em crise financeira, fez sua torcida sofrer. Apesar do sufoco, o time alvinegro só
precisa de uma vitória hoje para
seguir na elite.
VAZIO
Esta edição vai entrar para
a história como a de menor público em 34 temporadas.
Cálculo feito pela Folha na 40ª
jornada revelou que os estádios
perderam um milhão de torcedores em relação a 2003. Até o final
de semana passado, a média era
de 7.899 por partida. A Série B,
disputada com quadrangulares
finais, teve três jogos com mais de
50 mil pagantes. A partida mais
prestigiada da elite levou 37 mil.
WEB
Pela primeira vez na história, relatórios de juízes,
súmulas e borderôs dos jogos estiveram disponíveis na internet
durante todas as jornadas. A divulgação na web passou a ser exigida a partir da promulgação do
Estatuto do Torcedor, em 15 de
maio de 2003. Na temporada passada, o sistema
de divulgação
on-line não
abrangeu toda
a competição.
Apesar de ainda haver atrasos na publicação dos documentos pela
CBF, o torcedor tem condições de saber,
por exemplo, o
que o juiz escreveu sobre
seu ídolo ou
quanto seu time arrecadou.
XAVECO
O namoro do meia Roger
e da modelo e apresentadora Adriane Galisteu dividiu o
elenco do Fluminense. O atacante
Edmundo reclamou publicamente de supostos privilégios dados ao meia. Na reta final, Roger e
Galisteu romperam, e o atacante
se afastou do time para cuidar da
vida e do coração.
Y
A letra
foi excluída
do Brasileiro-04. Sem ela,
Vanderlei Luxemburgo (desidratado do
"w" e do "y")
está muito perto de ampliar o
recorde de títulos nacionais. Se vencer
hoje, o técnico
conquistará
seu quinto nacional -dois a
mais que Rubens Minelli e
Ênio Andrade.
Luxemburgo
pode superar
também o recorde de tentos
de uma equipe
no Nacional, que pertence ao seu
Cruzeiro de 2003 (102 gols).
ZVEITER
O presidente do STJD
roubou a cena ao tirar
mandos de campo, procurar torcedores atirando copos d'água no
gramado e acatar denúncia contra o São Caetano pela morte de
Serginho. Também será dele a
bola na "47ª" rodada do Nacional, o julgamento que definirá a
classificação final, na terça.
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