|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
O maior clube do Brasil
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
O São Paulo é agora o clube
mais vitorioso do futebol
pentacampeão mundial.
Ao ganhar o tri, superou até
mesmo o Santos de Pelé.
Até ontem, quando ambos
eram bicampeões mundiais, a diferença estava exatamente no Rei
do futebol, o que não é pouco.
Mas a nova conquista tricolor
dá inegável vantagem ao ainda
jovem clube do Morumbi.
Em 70 e poucos anos de vida,
ninguém ganhou mais do que o
São Paulo F.C.
E, se não teve um Pelé, embora
tenha tido Leônidas da Silva, o
tricolor consagrou o mais simbólico de todos os inesquecíveis goleiros cujos nomes são associados
automaticamente a um clube.
Nem é preciso dizer que se trata
de Rogério Ceni, que ontem viveu
uma noite de sonhos, daquelas
que, depois de vividas, podem encerrar uma carreira, uma vida
até. E que vida.
Porque, se foi o Mineiro (que é
gaúcho de Porto Alegre) que entrou entre os grandalhões para fazer o gol do trítulo (perdão) -e
que gol, sô!, uai!, bah, tchê!-, o
outro maior responsável pela
conquista tratou de defender três
bolas impossíveis, a primeira na
cobrança perfeita batida pelo imbatível e batido Gerrard, cracaço.
O paranaense (de Pato Branco)
Rogério não precisa fazer mais
nada para ter seu lugar como Raí,
como Telê Santana, como poucos.
Com 20 títulos estaduais, a melhor média entre todos os clubes
paulistas, três brasileiros, três Libertadores e três Mundiais, não
há como negar o óbvio, nem no
botequim freqüentado pelos mais
fanáticos adversários do São Paulo. Não tem para ninguém.
Essencial a firme, sensata, discreta e eficaz condução de Paulo
Autuori, assim como é evidente
que, com pequenos intervalos excepcionais, as diretorias do São
Paulo têm se distinguido da incompetência generalizada que
caracteriza a nossa cartolagem.
Pois de Lugano ao tri Mundial,
Marcelo Portugal Gouvêa, o único presidente de clube que não votou pela reeleição do eterno manda-chuva da CBF, também merece ser louvado.
Mas, como sempre, os maiores
méritos são dos atletas. E na vitória sobre o Liverpool alguns se
destacaram mesmo, ou por causa
do natural sufoco sofrido no segundo tempo da final.
Rogério, Lugano -que não é
um novo Dario Pereyra porque é
Diego Lugano e basta-, Mineiro,
Josué, Danilo, Aloísio (que passe
para Mineiro!) e Amoroso foram
os grandes nomes desta curta e
impagável epopéia.
O São Paulo se deu maravilhosamente bem de novo onde, depois dele em 1993, o Grêmio (em
1995), o Cruzeiro (em 1997), o
Vasco (em 1998) e o Palmeiras
(em 1999) fracassaram.
E que nunca mais se diga que os
europeus ligam pouco para o
Mundial. Podem ligar de maneira diferente, de fato, mas o desespero que os Vermelhos mostraram a cada chance conjurada e a
tristeza no final do jogo são suficientes para pôr as coisas em seus
devidos lugares. Finalmente, parabéns à arbitragem mexicana,
perto da perfeição.
Ano brasileiro
2005 foi um ano brasileiro. A
seleção ganhou a Copa das
Confederações com exibições
de gala contra alemães e argentinos e terminou as eliminatórias sul-americanas em primeiro lugar. Ronaldinho é o craque
número 1 do mundo. E o São
Paulo fez o que fez, tanto na Libertadores, decidida pela primeira vez entre dois times do
mesmo país, quanto no Mundial. E quase só deu clubes tricolores nas competições mais
importantes: do São Paulo, novamente, no Campeonato Paulista, ao Fluminense, no do Rio
de Janeiro. Tricolores também,
o Paulista levou a Copa do Brasil, e o Grêmio, a Série B do Nacional, da qual subiu ao lado do
Santa Cruz. Restou só (?) o
Campeonato Brasileiro para
um bicolor alvinegro, o Corinthians.
@ - blogdojuca@uol.com.br
Texto Anterior: Vôlei - Cida Santos: Boas e más notícias Próximo Texto: Natação: Recordista se espanta com seu novo status Índice
|