|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em casa, Adriano testa fama de matador
Contra o Rio Preto, atacante terá chance de exibir potencial goleador ao Morumbi
Debutante no estádio
são-paulino, jogador já pode se gabar de ter tido estréia melhor do que dois ídolos do passado tricolor
DA REPORTAGEM LOCAL
O debute fora de seus domínios teve a aprovação de torcedores e dirigentes são-paulinos, com dois gols como cartão
de visitas. Mas agora falta a prova de fogo, no Morumbi, frente
a frente com seu público.
Na tarde de hoje, contra o Rio
Preto, Adriano pisará pela primeira vez na casa são-paulina
como camisa 10 da equipe.
"Seria muito importante
contar com o torcedor na minha estréia no Morumbi. Não
vejo a hora de receber o carinho
dele. Espero que o estádio esteja lotado para nos ajudar", afirmou o atacante, emprestado
pela Inter de Milão até junho.
Comparado com outros dois
atacantes que geraram muita
expectativa em suas estréias
com a camisa do São Paulo,
Adriano venceu de longe.
O primeiro a ser batido foi
Leônidas da Silva, badalado
atacante dos anos 40.
Contratado do Flamengo para o time paulista, conhecido
como "Diamante Negro", decepcionou seus torcedores na
primeira partida que fez defendendo o São Paulo.
Em um Pacaembu lotado
-70.281 pessoas acompanharam o jogo-, Leônidas pouco
fez contra o Corinthians no 3 a
3, pelo Paulista de 1942.
O atacante que se tornaria
um dos grandes ídolos da história do clube, a ponto de ter sua
jogada mais conhecida, a bicicleta, imortalizada em uma réplica do jogador planando no ar
no Memorial do São Paulo, só
marcou em seu segundo jogo.
Os primeiros dois gols de
Leônidas foram anotados contra o Santos, na vitória do time
paulistano por 4 a 2, também
no Pacaembu. Depois disso, ele
entraria eternamente para a
história do São Paulo.
Passados 40 anos da era Leônidas, foi a vez de um jovem Careca vir com status de craque
para substituir ninguém menos
que Serginho Chulapa, que ainda ocupa o posto de maior artilheiro da história do São Paulo
(242 gols em 401 jogos).
Ele despontou como destaque do Guarani, campeão do
Brasileiro de 1978. E, no São
Paulo, precisou de menos tempo que Leônidas, mas foi além
de Adriano. Demorou 62 minutos para vencer a defesa do
América-RN, na vitória por 4 a
0, pelo Brasileiro de 1983.
Para o técnico Muricy Ramalho, o fato de Adriano já ter
marcado gols tirou um peso do
atleta. "Qualquer jogador fica
inseguro se não fizer coisas
boas no seu time", disse ele.
"Pode ser o melhor jogador
do mundo que isso sempre vai
acontecer. Não tem jeito", completou o treinador são-paulino.
Muricy festejou o fato de os
gols contra o Guaratinguetá terem sido feitos por um atacante. Na temporada passada, o
sistema ofensivo tricolor foi severamente criticado pela falta
de gols durante o Brasileiro.
"Espero que os meus façam
sempre muitos gols e os outros
não", brincou Muricy.
Por não contar com Richarlyson, expulso na estréia
do Paulista, Muricy estuda a
possibilidade de manter um time com três atacantes, deixando Adriano mais à frente com
Aloísio e recuando Dagoberto.
"Quando a gente teve o Aloísio na frente [contra o Guaratinguetá], conseguimos apertar
mais o time deles", analisou o
treinador, lembrando que os
gols saíram depois da entrada
do terceiro atacante.
Tanto Adriano quanto Dagoberto deixaram bastante a área
para buscar o jogo. A disposição, no entanto, não rendeu
elogios do técnico. "Não me impressiono. Eles têm de correr
como todo mundo."
Texto Anterior: Tostão: O brilho dos vaga-lumes Próximo Texto: Muricy ainda chia por falta de jogadores Índice
|