São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2008

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Em casa, Adriano testa fama de matador

Contra o Rio Preto, atacante terá chance de exibir potencial goleador ao Morumbi

Debutante no estádio são-paulino, jogador já pode se gabar de ter tido estréia melhor do que dois ídolos do passado tricolor

DA REPORTAGEM LOCAL

O debute fora de seus domínios teve a aprovação de torcedores e dirigentes são-paulinos, com dois gols como cartão de visitas. Mas agora falta a prova de fogo, no Morumbi, frente a frente com seu público.
Na tarde de hoje, contra o Rio Preto, Adriano pisará pela primeira vez na casa são-paulina como camisa 10 da equipe.
"Seria muito importante contar com o torcedor na minha estréia no Morumbi. Não vejo a hora de receber o carinho dele. Espero que o estádio esteja lotado para nos ajudar", afirmou o atacante, emprestado pela Inter de Milão até junho.
Comparado com outros dois atacantes que geraram muita expectativa em suas estréias com a camisa do São Paulo, Adriano venceu de longe.
O primeiro a ser batido foi Leônidas da Silva, badalado atacante dos anos 40.
Contratado do Flamengo para o time paulista, conhecido como "Diamante Negro", decepcionou seus torcedores na primeira partida que fez defendendo o São Paulo.
Em um Pacaembu lotado -70.281 pessoas acompanharam o jogo-, Leônidas pouco fez contra o Corinthians no 3 a 3, pelo Paulista de 1942.
O atacante que se tornaria um dos grandes ídolos da história do clube, a ponto de ter sua jogada mais conhecida, a bicicleta, imortalizada em uma réplica do jogador planando no ar no Memorial do São Paulo, só marcou em seu segundo jogo.
Os primeiros dois gols de Leônidas foram anotados contra o Santos, na vitória do time paulistano por 4 a 2, também no Pacaembu. Depois disso, ele entraria eternamente para a história do São Paulo.
Passados 40 anos da era Leônidas, foi a vez de um jovem Careca vir com status de craque para substituir ninguém menos que Serginho Chulapa, que ainda ocupa o posto de maior artilheiro da história do São Paulo (242 gols em 401 jogos).
Ele despontou como destaque do Guarani, campeão do Brasileiro de 1978. E, no São Paulo, precisou de menos tempo que Leônidas, mas foi além de Adriano. Demorou 62 minutos para vencer a defesa do América-RN, na vitória por 4 a 0, pelo Brasileiro de 1983.
Para o técnico Muricy Ramalho, o fato de Adriano já ter marcado gols tirou um peso do atleta. "Qualquer jogador fica inseguro se não fizer coisas boas no seu time", disse ele.
"Pode ser o melhor jogador do mundo que isso sempre vai acontecer. Não tem jeito", completou o treinador são-paulino.
Muricy festejou o fato de os gols contra o Guaratinguetá terem sido feitos por um atacante. Na temporada passada, o sistema ofensivo tricolor foi severamente criticado pela falta de gols durante o Brasileiro.
"Espero que os meus façam sempre muitos gols e os outros não", brincou Muricy.
Por não contar com Richarlyson, expulso na estréia do Paulista, Muricy estuda a possibilidade de manter um time com três atacantes, deixando Adriano mais à frente com Aloísio e recuando Dagoberto.
"Quando a gente teve o Aloísio na frente [contra o Guaratinguetá], conseguimos apertar mais o time deles", analisou o treinador, lembrando que os gols saíram depois da entrada do terceiro atacante.
Tanto Adriano quanto Dagoberto deixaram bastante a área para buscar o jogo. A disposição, no entanto, não rendeu elogios do técnico. "Não me impressiono. Eles têm de correr como todo mundo."


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