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Copa da África é 56,5% da Europa
Mais da metade dos jogadores inscritos para o torneio africano de seleções, que começa hoje, joga no velho continente
Disputa em Gana, mesmo com alguns times poupando suas principais estrelas, tem mais de 200 atletas que atuam em ligas estrangeiras
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pegue cinco times franceses,
três equipes da Inglaterra mais
oito reservas, um onze alemão,
um português e mais um apanhado de jogadores espalhados
por outras 41 ligas mundo afora. Aí você tem algo parecido
com a Copa da África deste ano.
A disputa africana de seleções começa hoje em Gana,
com duelo entre a equipe da casa e Guiné, mostrando bem como a Europa absorve comercialmente o talento alheio. Dos
368 atletas inscritos no torneio,
208 atuam em países com federações filiadas à Uefa (56,5%).
Só a França cedeu 57 jogadores para a Copa da África, que
ainda se dá ao luxo de ver algumas de suas estrelas poupadas
-a África do Sul abriu mão, por
exemplo, de Benni McCarthy,
craque do Blackburn (ING).
A Inglaterra, cuja liga nacional é a mais turbinada do planeta, cedeu 41 jogadores para a
Copa da África mesmo com os
poupados. O Chelsea ""devolverá" à África por ao menos duas
semanas astros como Drogba e
Kalou (Costa do Marfim), Essien (Gana) e Mikel (Nigéria).
""Mais e mais africanos estão
figurando entre os titulares dos
grandes europeus. Há alguns
anos, africanos só integravam
elencos. Drogba e Essien são
importantes para o Chelsea. Eu
e o Yaya Toure somos para o
Barcelona, Diarra é para o Real
Madrid...", falou o camaronês
Eto'o à ""France Football".
Eto'o foi o 12º jogador mais
votado na eleição de melhor do
mundo da Fifa no ano passado.
""É óbvio que o futebol africano parece agora muito mais
respeitado", diz Eto'o, que tem
brigado nas últimas temporadas com Drogba, o quarto na
lista da Fifa em 2007, pelo título de melhor jogador africano.
""O que eu admiro no Eto'o é
sua passada, seu instinto na cara do gol, sua corrida e, acima
de tudo, o fato de ser indispensável para o Barcelona. Quando
enfrentamos o Barcelona sem o
Eto'o, nós no Chelsea sabíamos
já antes do jogo que venceríamos", disse Drogba, também à
revista especializada francesa.
Os clubes europeus lamentam como nunca a realização
da Copa da África entre janeiro
e fevereiro. E algumas estrelas
africanas, apesar do orgulho
em defender o próprio país,
também já sugerem a mudança
do período da disputa bienal.
""Sei que vou fazer falta à minha equipe, mas, por outro lado,
não posso abandonar o meu
país", falou Drogba, que sugeriu junho para a Copa da África
-nesse caso, a disputa seria na
mesma época da Eurocopa.
No total, são 22 ligas nacionais de países ligados à Uefa
com jogadores cedidos à disputa africana, cuja decisão acontecerá no dia 10 de fevereiro.
Dos 16 times participantes da
Copa da África deste ano, apenas o Sudão conta com todos os
seus jogadores no campeonato
do próprio país. A Nigéria, com
futebol mais valorizado, não
tem nenhum convocado local
-seus 23 estão em ligas nacionais de países ligados à Uefa.
Dentre os 368 inscritos, há 11
atuando no futebol asiático e
dois em ligas da Concacaf (um
nos EUA e outro no México).
Dois atletas ainda estão no momento sem clube, segundo a lista da Confederação Africana.
NA TV - Gana x Guiné
ESPN Brasil, ao vivo, às 15h
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