São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2000


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FUTEBOL
Número de atletas que se transferem para clubes estrangeiros sem registro oficial na CBF chega a 312
Exportação 'clandestina' cresce 23,5%

SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio

O número de jogadores brasileiros ""clandestinos" no futebol internacional em 1999 aumentou 23,5% em relação ao ano anterior.
De acordo com dados oficiais do Departamento de Registro e Transferência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), aos quais a Folha teve acesso, 312 jogadores brasileiros foram localizados em 30 países em 99.
Em 98, o país havia exportado 253 ""clandestinos".
Os jogadores são considerados ""clandestinos" após se transferirem para o exterior e não registrarem a negociação na CBF.
A entidade centraliza todas as transferências oficiais envolvendo atletas de futebol no país.
Os jogadores ""clandestinos" no exterior revelam uma outra realidade do futebol brasileiro.
Em sua maioria, os atletas atuavam na várzea ou em clubes do interior do país.
Os ""clandestinos" conseguem trabalhar no exterior contratados por empresários que representam clubes estrangeiros.
A entidade brasileira só consegue identificar os jogadores no exterior porque seus atuais clubes procuraram registrá-los no Departamento de Registro e Transferência da entidade.

Eldorado
Em 1999, a Alemanha se transformou no eldorado dos jogadores brasileiros. Os clubes desse país importaram 88 brasileiros ""clandestinos".
Além deles, a Alemanha contratou mais 49 atletas oficialmente registrados na entidade que dirige o futebol no país.
No total, 137 atletas brasileiros se transferiram para a Alemanha.
Eles não são contratados para atuar na milionária primeira divisão alemã. Os ""clandestinos" brasileiros atuam em ligas regionais do futebol daquele país.
Os jogadores também não fazem contratos milionários. Os clubes pagam, no máximo, cerca de US$ 1.000 mensais.
O assédio dos clubes alemães tornou o país o maior importador de jogadores brasileiros.
Até o ano passado, Portugal era tradicionalmente o país que mais contratava atletas do país.
No ano passado, os clubes portugueses contrataram 136 jogadores no total (128 atletas com registro na CBF e 8 ""clandestinos").
Os Estados Unidos também investiram alto nos ""clandestinos". Os norte-americanos contrataram 79 atletas sem registros na CBF no ano passado.
Os jogadores contratados também não atuam na liga profissional norte-americana, a Major League Soccer, mas em competições universitárias e amadoras.

Aquecimento
Além do aumento de jogadores "clandestinos" contratados por clubes de outros países, o número de transferências oficiais para o exterior também cresceu na temporada passada.
Segundo o levantamento feito pela CBF, aumentou em 24% o número de jogadores que se transferiram para o futebol internacional em 1999.
No total, 658 atletas deixaram o país para jogar fora no ano passado. Em 1998, 530 jogadores foram atuar em clubes estrangeiros.
Com o crescimento do interesse pelos jogadores brasileiros, sete países a mais investiram nos jogadores brasileiros.
No ano passado, 61 países contrataram atletas brasileiros. Há dois anos, 54 países haviam contratados jogadores brasileiros.
Para ganhar dinheiro jogando futebol, vários brasileiros embarcaram para países exóticos, como Senegal (que contratou um), Eslovênia (um), Islândia (três), Indonésia, Índia (um) e Geórgia (um).


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