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FUTEBOL
Número de atletas que se transferem para clubes estrangeiros sem registro oficial na CBF chega a 312
Exportação 'clandestina' cresce 23,5%
SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio
O número de jogadores brasileiros ""clandestinos" no futebol internacional em 1999 aumentou
23,5% em relação ao ano anterior.
De acordo com dados oficiais
do Departamento de Registro e
Transferência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), aos
quais a Folha teve acesso, 312 jogadores brasileiros foram localizados em 30 países em 99.
Em 98, o país havia exportado
253 ""clandestinos".
Os jogadores são considerados
""clandestinos" após se transferirem para o exterior e não registrarem a negociação na CBF.
A entidade centraliza todas as
transferências oficiais envolvendo atletas de futebol no país.
Os jogadores ""clandestinos" no
exterior revelam uma outra realidade do futebol brasileiro.
Em sua maioria, os atletas atuavam na várzea ou em clubes do
interior do país.
Os ""clandestinos" conseguem
trabalhar no exterior contratados
por empresários que representam
clubes estrangeiros.
A entidade brasileira só consegue identificar os jogadores no exterior porque seus atuais clubes
procuraram registrá-los no Departamento de Registro e Transferência da entidade.
Eldorado
Em 1999, a Alemanha se transformou no eldorado dos jogadores brasileiros. Os clubes desse
país importaram 88 brasileiros
""clandestinos".
Além deles, a Alemanha contratou mais 49 atletas oficialmente
registrados na entidade que dirige
o futebol no país.
No total, 137 atletas brasileiros
se transferiram para a Alemanha.
Eles não são contratados para
atuar na milionária primeira divisão alemã. Os ""clandestinos" brasileiros atuam em ligas regionais
do futebol daquele país.
Os jogadores também não fazem contratos milionários. Os
clubes pagam, no máximo, cerca
de US$ 1.000 mensais.
O assédio dos clubes alemães
tornou o país o maior importador
de jogadores brasileiros.
Até o ano passado, Portugal era
tradicionalmente o país que mais
contratava atletas do país.
No ano passado, os clubes portugueses contrataram 136 jogadores no total (128 atletas com registro na CBF e 8 ""clandestinos").
Os Estados Unidos também investiram alto nos ""clandestinos".
Os norte-americanos contrataram 79 atletas sem registros na
CBF no ano passado.
Os jogadores contratados também não atuam na liga profissional norte-americana, a Major
League Soccer, mas em competições universitárias e amadoras.
Aquecimento
Além do aumento de jogadores
"clandestinos" contratados por
clubes de outros países, o número
de transferências oficiais para o
exterior também cresceu na temporada passada.
Segundo o levantamento feito
pela CBF, aumentou em 24% o
número de jogadores que se
transferiram para o futebol internacional em 1999.
No total, 658 atletas deixaram o
país para jogar fora no ano passado. Em 1998, 530 jogadores foram
atuar em clubes estrangeiros.
Com o crescimento do interesse
pelos jogadores brasileiros, sete
países a mais investiram nos jogadores brasileiros.
No ano passado, 61 países contrataram atletas brasileiros. Há
dois anos, 54 países haviam contratados jogadores brasileiros.
Para ganhar dinheiro jogando
futebol, vários brasileiros embarcaram para países exóticos, como
Senegal (que contratou um), Eslovênia (um), Islândia (três), Indonésia, Índia (um) e Geórgia (um).
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