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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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Justiça ordena saída de dirigente em MG

LEONARDO WERNER
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Justiça determinou ontem que o presidente da FMF (Federação Mineira de Futebol), Elmer Guilherme Ferreira, seja afastado imediatamente do cargo. Também foi determinada a quebra do sigilo bancário e o sequestro dos bens dele. A mesma punição foi dada ao secretário-geral da entidade, José Guilherme Ferreira Filho, irmão de Elmer, e a seu tesoureiro, Paulo Alves de Assis.
A medida contraria em parte um pedido do Ministério Público, que, na sexta-feira, solicitou a prisão preventiva dos três dirigentes da FMF, denunciados por formação de quadrilha, falsificação de documentos e apropriação indébita. "Pedimos a prisão para que o esquema de desvios seja interrompido", disse o promotor Fernando Galvão da Rocha.
Já de acordo com o juiz Walter Luiz de Melo, a prisão preventiva "nem sempre é a melhor solução". Para ele, o não-acatamento do pedido da Promotoria favorece o andamento do processo.
"É uma verdadeira agonia quando se requisita presos para atos processuais. É que a instância policial, com acentuada e preocupante frequência, deixa de atender, alegando "falta de escolta", provocando, assim, adiamentos de audiências e desgaste ao juízo."
A acusação foi formulada após análise do relatório final da CPI do Futebol do Senado, realizada em 2001. O texto apontava a necessidade de intervenção na FMF e levantava indícios de desvio de mais de R$ 4 milhões. Entre as principais irregularidades constatadas pelos promotores estão ainda "o registro de gastos irregulares para fins particulares dos dirigentes", fato não documentado em livros contábeis da federação.
O juiz agendou o depoimento dos dirigentes para março. A Agência Folha não conseguiu contato com Elmer Guilherme.
A FMF deverá recorrer da decisão, segundo o advogado Antônio Francisco Patente. Para ele, o Ministério Público não tem legitimidade para investigar a federação. "A FMF é uma entidade jurídica de cunho privado. Não houve provocação dos eventuais interessados, que seriam os clubes."


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