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Fifa cede a clubes e abraça velho Mundial interclubes
Diante da posição firme dos europeus de não disputar
o seu campeonato, entidade máxima do futebol vai
turbinar tradicional disputa de final do ano no Japão
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se não pode com ele, junte-se a
ele. Foi mais ou menos o que a Fifa fez com o Mundial interclubes.
A entidade anunciou mudanças
drásticas no seu Mundial de Clubes, torneio criado em 2000 e que
ainda não teve uma segunda edição. A disputa será agora no fim
do ano no Japão, fórmula que é
tradicionalmente adotada, desde
1980, pelo Mundial interclubes.
A Fifa trabalhava com a possibilidade de fazer o Mundial no meio
de 2005 nos EUA. Porém a posição firme dos clubes europeus em
não disputar a competição por
problemas de calendário levou a
entidade a mudar seus planos.
A comissão organizadora do
Mundial, presidida pelo russo
Viacheslav Koloskov, determinou
que a disputa terá só seis clubes,
os seis campeões continentais, e
que acontecerá em dezembro de
2005 no Japão. Em 2006, o país-sede do Mundial interclubes receberá novamente o torneio da Fifa
devido ao contrato firmado entre
Uefa, Conmebol e Toyota.
Os participantes serão sempre
campeões vigentes de seus continentes. A segunda edição terá sete
partidas em oito dias. Os representantes de Europa e América do
Sul, pela tradição dos continentes,
entram apenas na semifinal.
Os campeões de África, Ásia,
Concacaf e Oceania disputam antes quem pega os cabeças-de-chave (europeus e sul-americanos).
Além da decisão, haverá disputa
de terceiro e de quinto lugares.
A decisão de ontem deverá ser
ratificada no dia 29 de março em
Londres pelo Comitê Executivo
da Fifa. O presidente da entidade,
Joseph Blatter, disse que as mudanças no Mundial de Clubes são
"uma mostra de solidariedade no
mundo do futebol". O dirigente
acredita agora poder convencer
os times europeus a jogar a competição, uma vez que o vencedor
da Copa dos Campeões já tem por
hábito viajar ao Japão no fim do
ano para o Mundial interclubes.
Com o novo formato, os times
europeus e sul-americanos farão
no máximo dois jogos no Mundial de Clubes, não tendo assim
muito prejuízo com viagens e
com um calendário atribulado.
Na Europa, porém, as notícias
das mudanças no Mundial não alteraram, a princípio, a forma como os dirigentes vêem o torneio.
"Os clubes europeus foram unânimes, em nosso encontro, em
não apoiar qualquer campeonato
mundial", disse David Dein, vice-presidente do Arsenal.
Já o presidente da Conmebol,
Nicolás Leoz, disse à Folha que
questões contratuais podem fazer
o Mundial interclubes continuar
sendo jogado. "Foi uma surpresa
para nós o anúncio da Fifa. Temos
contrato com a Uefa e a Dentsu.
Haverá Copa Intercontinental
[Mundial interclubes] até 2006.
São 44 anos de tradição."
Com agências internacionais
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