|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOXE
Decisão unânime
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
James "Lights Out" Toney,
americano, é o lutador do ano.
Esta semana ele foi apontado
como tal pela Associação dos Jornalistas de Boxe dos EUA.
Na semana passada, esta coluna já havia informado que a publicação especializada "The
Ring" o selecionou como "lutador
do ano" (o que poderá ser confirmado na edição de maio, nas
bancas dos EUA em 1º de março).
Toney, 35, obteve tal distinção
com base em seus dois únicos
combates em 2003: a conquista do
cinturão dos cruzadores (até 86,1
kg) da FIB ao superar por pontos
Vassilyi Jirov e pelo nocaute registrado sobre Evander Holyfield.
(A boa notícia, ou melhor, constatação, para os brasileiros que
gostam de boxe é que ambos os
combates contaram com transmissão ao vivo para o Brasil. O
primeiro, pelo canal HBO 2, e o
segundo, pelo canal Premiere).
Mas, com só duas lutas, Toney
mereceu mesmo tal distinção?
Bom, ele superou aquele que vinha sendo reconhecido como o
melhor cruzador do momento, o
até então invicto Jirov. Na seqüência, o ex-campeão dos médios (até 72,6 kg) bateu na categoria máxima de peso Holyfield, futuro membro do hall da fama.
Foi surpreendente ver o carrancudo, irascível e temperamental
Toney voltar a ser campeão após
ter ficado "desaparecido" desde
seu último título, o dos supermédios da FIB, por quase dez anos.
Como um boxeador de seu nível
não teve uma nova chance de disputar um título durante todo esse
tempo é difícil de ser justificado.
Dizem que Toney, que dentro
do ringue representa um retorno
aos lutadores técnicos e aguerridos do passado, não é um bom
político. Também, o que esperar
do lutador que depois da derrota
para Roy Jones Jr., em 1994, foi armado à casa da empresária Jackie Kallen (que será interpretada
por Meg Ryan no cinema), a
quem culpava por sua derrota?
Ou que afirmou que daria um
tiro em seu próprio pai, que abandonou a família quando Toney
era criança, caso viesse à sua casa
depois que virou campeão. "Posso
fazer isso, ele estará invadindo
propriedade alheia", resumiu ele.
Outra coisa que atrapalhou Toney durante o período em que ficou sumido foi sua indisciplina
fora dos ringues. Ele engordou,
não treinava com empenho e por
isso perdeu de quem não devia,
como o medíocre Drake Thadzi.
Mas há quem acredite que foram mais dignos de ser "lutador
do ano" Jones Jr., que se tornou
campeão dos pesos-pesados, ou
Manny Pacquiao, que bateu o celebrado Marco Antonio Barrera.
Acho que não. Primeiro, o que
Jones Jr. ganhou foi só uma fração
do título dos pesados ao superar
John Ruiz. Se o campeão que Jones Jr. derrotou tivesse sido Lennox Lewis, a conversa seria outra.
Toney é melhor que ele? Não necessariamente. Mas teve o melhor
ano e pegou Holyfield, a quem Jones Jr. se recusou a enfrentar.
Para encerrar os argumentos
pró-Jones Jr., basta lembrar que
foi contestada a sua vitória sobre
Antonio Tarver, pelos cinturões
dos meio-pesados, no fim do ano.
Já Pacquiao venceu um ótimo
rival. Porém só teve uma luta
considerada "grande" em 2003.
TV 1
Teve início oficialmente anteontem durante reunião em Nova York a
negociação oficial entre representantes de Popó e a rede de TV a cabo
norte-americana HBO. O contrato do brasileiro com a concorrente
Showtime expirou em 3 de janeiro e informalmente o baiano já vinha
conversando com a HBO. Porém, por lei, o campeão dos leves da
OMB tinha de dar à Showtime a preferência nas negociações.
TV 2
A HBO Plus exibe na próxima quinta, às 0h, dentro do programa
"Boxeo de Oro", disputa do título dos supergalos da OMB, entre os
dominicanos Joan "Little Tyson" Guzman e Agapito Sanchez. O
grande problema é que o ex-campeão Sanchez não luta desde novembro de 2001, quando empatou com "Pac Man" Pacquiao.
E-mail eohata@folhasp.com.br
Texto Anterior: Saltos: Juliana Veloso obtém vaga na Olimpíada Próximo Texto: Futebol - José Roberto Torero: Os técnicos: Sartre Índice
|