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Legado do Pan-07 pouco reduz custos para Rio-16
Mesmo com sedes feitas, novo projeto olímpico é só 23% menos custoso que o de 2012
Todos os equipamentos construídos para o evento do ano passado terão de passar por reformas, algumas ainda mais caras
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Pan-2007 é exaltado pelo
COB como trunfo na candidatura olímpica do Rio para 2016.
Foi graças ao seu legado que a
cidade tem 56% das instalações
esportivas já construídas, segundo o comitê. Mas isso não
serviu para uma redução significativa na estimativa de custos
com obras para sediar os Jogos.
No total, o COB projeta gastar R$ 891 milhões com construções de sedes de competições para 2016. Com valores
atualizados pela inflação, e considerado o dólar da época, o comitê estimava gastar R$ 1,159
bilhão no dossiê para 2012.
Só que naquele projeto de
candidatura estavam incluídas
as construções do estádio João
Havelange, da Arena Multiuso,
do Parque Aquático Maria
Lenk, do Velódromo e a reforma do Maracanã. As obras representavam 74% dos custos
com instalações esportivas. E
todas foram feitas para o Pan.
Mesmo assim, a redução do
orçamento com sedes de competições só caiu 23,1%. Há duas
explicações: os locais já construídos terão de ser reformados
e foi criada uma nova grande
instalação na Barra da Tijuca
para abrigar alguns esportes.
Mais uma vez, assim como
aconteceu com o Pan, o projeto
Rio-2016 prevê que quase todo
esse investimento será feito
com dinheiro público.
O maior custo é do Centro
Nacional de Treinamento
Olímpico, cujo preço estimado
chega a US$ 284,8 milhões (R$
500 milhões). Suas dependências irão abrigar esportes como
judô e esgrima. No Pan, suas
disputas ocorreram em instalações provisórias no Riocentro,
mesmo local que abrigaria os
esportes pelo dossiê de 2012.
Naquela candidatura, também havia a idéia de fazer um
centro de desenvolvimento de
talentos, ao lado do estádio
João Havelange. Só que seu
custo era bem menor: girava
em torno de R$ 140 milhões.
Construídos para o Pan, o
Parque Aquático Maria Lenk e
o Velódromo também tinham
seu futuro destinado para se
tornarem centros de treinamentos de esportes aquáticos e
de ciclismo, respectivamente.
Após sete meses do evento, ainda não são utilizados com esse
objetivo até agora.
Aliás, ambos terão de passar
por novas reformas. No parque
aquático, o investimento previsto é de R$ 32,4 milhões, 43%
do total que foi gasto para sua
construção. No Velódromo, há
previsão de R$ 16,6 milhões, valor maior do que o investimento inicial para o Pan carioca.
Pela estimativa do COB, terão de ser gastos mais R$ 90
milhões para melhorias no
João Havelange, onde a União
já despejou R$ 380 milhões.
Todos não foram construídos com a capacidade mínima
exigida para a Olimpíada e terão de passar por adaptações. A
exceção é a Arena Multiuso.
E só não há previsão de novo
investimento no Maracanã
porque a Copa-2014 deve se encarregar disso, segundo o COB.
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