São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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Legado do Pan-07 pouco reduz custos para Rio-16

Mesmo com sedes feitas, novo projeto olímpico é só 23% menos custoso que o de 2012

Todos os equipamentos construídos para o evento do ano passado terão de passar por reformas, algumas ainda mais caras


RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Pan-2007 é exaltado pelo COB como trunfo na candidatura olímpica do Rio para 2016. Foi graças ao seu legado que a cidade tem 56% das instalações esportivas já construídas, segundo o comitê. Mas isso não serviu para uma redução significativa na estimativa de custos com obras para sediar os Jogos.
No total, o COB projeta gastar R$ 891 milhões com construções de sedes de competições para 2016. Com valores atualizados pela inflação, e considerado o dólar da época, o comitê estimava gastar R$ 1,159 bilhão no dossiê para 2012.
Só que naquele projeto de candidatura estavam incluídas as construções do estádio João Havelange, da Arena Multiuso, do Parque Aquático Maria Lenk, do Velódromo e a reforma do Maracanã. As obras representavam 74% dos custos com instalações esportivas. E todas foram feitas para o Pan.
Mesmo assim, a redução do orçamento com sedes de competições só caiu 23,1%. Há duas explicações: os locais já construídos terão de ser reformados e foi criada uma nova grande instalação na Barra da Tijuca para abrigar alguns esportes.
Mais uma vez, assim como aconteceu com o Pan, o projeto Rio-2016 prevê que quase todo esse investimento será feito com dinheiro público.
O maior custo é do Centro Nacional de Treinamento Olímpico, cujo preço estimado chega a US$ 284,8 milhões (R$ 500 milhões). Suas dependências irão abrigar esportes como judô e esgrima. No Pan, suas disputas ocorreram em instalações provisórias no Riocentro, mesmo local que abrigaria os esportes pelo dossiê de 2012.
Naquela candidatura, também havia a idéia de fazer um centro de desenvolvimento de talentos, ao lado do estádio João Havelange. Só que seu custo era bem menor: girava em torno de R$ 140 milhões.
Construídos para o Pan, o Parque Aquático Maria Lenk e o Velódromo também tinham seu futuro destinado para se tornarem centros de treinamentos de esportes aquáticos e de ciclismo, respectivamente. Após sete meses do evento, ainda não são utilizados com esse objetivo até agora.
Aliás, ambos terão de passar por novas reformas. No parque aquático, o investimento previsto é de R$ 32,4 milhões, 43% do total que foi gasto para sua construção. No Velódromo, há previsão de R$ 16,6 milhões, valor maior do que o investimento inicial para o Pan carioca.
Pela estimativa do COB, terão de ser gastos mais R$ 90 milhões para melhorias no João Havelange, onde a União já despejou R$ 380 milhões.
Todos não foram construídos com a capacidade mínima exigida para a Olimpíada e terão de passar por adaptações. A exceção é a Arena Multiuso.
E só não há previsão de novo investimento no Maracanã porque a Copa-2014 deve se encarregar disso, segundo o COB.


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