Novo treinador faz questão de ressaltar que vai montar a equipe alviverde de forma diferente da de seu antecessor

No primeiro dia de trabalho, ele dirige treino, põe Diego Souza no meio e declara que está pronto para comandar time na partida de amanhã

Fernando Santos/Folha Imagem

Antônio Carlos, de boné, orienta os atletas em seu primeiro dia de trabalho como técnico do Palmeiras, oitavo colocado no Paulista

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

De Muricy Ramalho, só restou o uniforme azul com o patrocínio da Unimed Seguros. Antônio Carlos, novo técnico do Palmeiras, chegou ontem, treinou os atletas e disse que mexerá no time para o clássico de amanhã, contra o São Paulo.
"No próximo jogo, vamos entrar com dois volantes", disse ele, na primeira manifestação contrária à gestão de seu antecessor, demitido anteontem.
Muricy vinha sendo criticado por escalar a equipe com três marcadores no meio, formação que ele utilizou na goleada sofrida para o São Caetano, então dirigido por Antônio Carlos.
Depois, questionado sobre qual setor do campo Diego Souza vai ocupar no time, o novo técnico deu outra estocada em Muricy. "O Diego vai jogar como meia, que é a posição dele."
O camisa 7, artilheiro do Palmeiras no Campeonato Paulista, com cinco gols, virou o parceiro de Robert no ataque nesta temporada devido à carência de opções para essa posição no elenco. A tendência, portanto, é que Lenny, que vem entrando no decorrer dos jogos, ganhe uma chance como titular. Diego Souza voltará para o meio, ao lado de Cleiton Xavier.
A alfinetada mais contundente no ex-técnico palmeirense, porém, foi quando Antônio Carlos falou de sua atuação como diretor corintiano, em 2009, e sobre como isso poderá lhe ser útil na função de treinador. "Essa passagem me ajuda bastante, porque eu vejo o lado da diretoria. Não adianta eu vir aqui e ficar pedindo três atacantes", disse o ex-zagueiro.
Um dos motivos que desgastaram a relação de Muricy com os cartolas no Parque Antarctica foi justamente a reclamação pública pela ausência de reforços, em especial de atacantes.
A princípio, Jorge Parraga, técnico do time B, comandaria o Palmeiras interinamente no clássico de amanhã. Antônio Carlos só assumiria o cargo na nova casa depois. Porém ele pediu aos dirigentes para começar o trabalho o quanto antes.
"Eu já fui apresentado, já treinei a equipe hoje [ontem], vou treinar de novo amanhã [hoje], vou concentrar com o time. Por que eu ficaria vendo o jogo lá de cima? Para isso eu tenho meus auxiliares", afirmou.
Do São Caetano ele trouxe o auxiliar técnico Wellington de Oliveira e o preparador físico Carlos Pacheco, que trabalhou no Palmeiras anteriormente. O clube já conta com uma comissão técnica permanente, que é mantida independentemente do treinador que está no cargo.
Bastante à vontade no primeiro contato com o elenco, Antônio Carlos disse que o fato de estar no comando não muda a relação com o time. "A linguagem no vestiário é a mesma."
Ele chegou ao CT de roupa social e, por volta das 16h20, entrou no campo já com o uniforme da Unimed. O patrocínio que renderá R$ 1,3 milhão ao clube até o final do ano não era exclusivo com Muricy, apesar de o ex-técnico ter sido a principal razão do acordo feito.
Antes do treino, Antônio Carlos conversou rapidamente com o meia Lincoln. Depois, iniciou uma atividade de "dois toques" em campo reduzido. Passou, então, a aprimorar jogadas pela linha de fundo. "Tem de chegar em velocidade à bola", cobrou dos jogadores.


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