São Paulo, sexta, 20 de março de 1998 |
Próximo Texto | Índice FUTEBOL Antes de passar mais de duas horas reunido com jogadores, técnico encontra com delegação de seu ex-clube Após goleada, Scolari revê gremistas
FÁBIO VICTOR da Reportagem Local Menos de 24 horas depois da goleada de 4 a 1 sofrida para o Mogi Mirim, no Parque Antarctica, pelo Paulista, o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, se reuniu com os velhos amigos da equipe que o projetou nacionalmente, o Grêmio, seu clube de coração. Ontem, na hora do almoço, Scolari foi até o hotel onde esteve hospedada a delegação do time gaúcho, que enfrentaria o São Paulo ontem à noite, pela Copa do Brasil. No jogo de anteontem, os torcedores presentes ao estádio pediam a saída do técnico. Mas a conversa com os gremistas, segundo revelou o próprio Scolari, nada teve a ver com uma concretização do desejo declarado pela torcida. "Pelo amor de Deus, tenho um sobrinho que é preparador físico do Grêmio. Será que eu não posso visitá-lo? O Lazaroni (técnico gremista), que me ligou quando assumiu o time, é meu amigo, será que não posso vê-lo, assim como jogadores e dirigentes com quem convivi durante quatro anos?" Questionado se o episódio não poderia desgastar ainda mais sua imagem junto aos torcedores, Scolari criticou a postura dos paulistas nessas situações. "Vocês aqui de São Paulo parece que não entendem o carinho, a amizade de coração que eu tenho. O lado profissional não muda os meus procedimentos afetivos. Isso não tem nada a ver com derrota ou vitória. Se o Palmeiras tivesse vencido, iria lá de qualquer jeito. É assim que sou", disse o técnico. Poucas horas após a confraternização, Scolari teve uma outra conversa, dessa vez menos descontraída e mais longa, com os jogadores do seu time. No mais demorado encontro desde que chegou ao clube, em junho de 97, o técnico passou cerca de duas horas e dez minutos trancado no vestiário com o grupo. O treino da tarde foi cancelado. Participaram também da reunião o diretor remunerado de futebol, Sebastião Lapola, e o diretor-adjunto de Esportes da Parmalat, Marcos Bagatella. "Falamos o que se conversa quando as coisas ocorrem diferente do que tínhamos planejado. Tratamos de encerrar o assunto do jogo de ontem (anteontem) já hoje (ontem)", disse Scolari. "Foi a melhor conversa que já tive no Palmeiras. Vimos coisas que não tínhamos visto até aqui. Foi uma bela reunião." O técnico disse que quase todos os jogadores se manifestaram e que os temas se referiam às deficiências apresentadas e soluções para os problemas do time, mas ressaltou que não poderia revelar o teor da conversa -"coisas de vestiário", segundo ele. "A gente tem que conversar muito mesmo para acertar. Sabemos que não temos rendido o que podemos", disse o goleiro Velloso. A despeito da má fase por que passa o time, a diretoria e o patrocinador garantiram o cargo de Scolari. "Ele cumprirá o contrato até o final", disse o diretor de Esportes da Parmalat, Paulo Russo. O acordo do técnico com o clube vai até junho de 99. Embora não tenha antecipado as modificações que pretende fazer no time contra o Ituano, domingo, Scolari tem criticado seguidamente a defesa, que sofreu gol em todos os jogos do Paulista. Roque Júnior deverá dar lugar a Agnaldo. No meio-campo, Galeano também tem a vaga ameaçada. Próximo Texto | Índice |
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