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Sonho olímpico faz 1ª pupila voltar ao país
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Forjada no judô japonês, Danielli Yuri almejava disputar os
Jogos Olímpicos. Aos 19 anos,
porém, decidiu que não daria
para tentar isso na pátria dos
tatames. "Sonhava com Olimpíada desde pequena. Treinava
lá de domingo a domingo. Não
podia jogar tudo isso no lixo."
Isso começou cedo, aos seis
anos, em Registro, com o pai,
professor de judô. Aos 11, Hamamatsu. "Estranhei. Ficava
sozinha. Estava sempre debaixo da saia da minha mãe."
Os colegas de classe olhavam
com estranheza aquela mestiça
que não dominava sua língua.
"No começo, foi difícil. Não entendia nada e havia um certo
preconceito contra o estrangeiro. Depois, acostumei-me."
Nos treinos, desenvolveu a
técnica japonesa, que usou como trunfo para arrebatar a prata no Pan do Rio, em julho, e para assegurar lugar na seleção
brasileira que irá a Pequim.
"O judô japonês é a luta clássica, de técnica, gostosa de ver.
O estilo europeu é mais de força, puxado para a luta olímpica,
com golpes que ninguém sabe o
nome", define Danielli, deixando claro qual é sua opção.
Afastada da família quase o
ano inteiro, ela aproveita as férias para matar a saudade. O
problema é que nem na casa
dos pais consegue descansar direito. "Meu pai é tão fanático
por judô que cobriu de tatame o
quarto que desocupei quando
retornei ao Brasil. Quando vou
para lá, ele fala: "Vamos treinar
aí um pouco". Não tem jeito."
Para realizar o desejo de ir à
Olimpíada, Danielli teve que
superar Vânia Ishii, campeã do
Pan de 1999 e representante de
outra linhagem do judô nacional. Seu pai, Chiaki Ishii, foi o
primeiro brasileiro medalhista
olímpico no esporte -ganhou o
bronze em Munique-1972.
"Considero a minha categoria uma das mais fortes no país.
Não só pela Vânia mas porque
havia muitas outras meninas
com boa técnica", afirma.
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