São Paulo, segunda-feira, 20 de abril de 2009

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JUCA KFOURI

O Corinthians como Corinthians


A vitória foi tão categórica que nem deu para ninguém reclamar da arbitragem. E Mano Menezes se firmou

SE EXISTE um diploma de técnico de futebol que se recebe fora da faculdade, Mano Menezes recebeu ontem, no Morumbi, o seu canudo de corintiano.
Porque o de técnico gremista ele já tinha fazia tempo.
Mas ontem teve a mesma coragem que mostrou no jogo de ida, no Pacaembu, quando tratou de agredir o São Paulo, pouco se importando para a propalada vantagem técnica do tricolor.
E ontem, convenhamos, Mano Menezes até poderia ter sido mais cauteloso, para garantir o empate que garantia tanta coisa.
Só que, corintianamente, preferiu não dar sossego ao São Paulo, mesmo sabendo que seriam os donos da casa os que tomariam mais a iniciativa do jogo.
E verdade seja dita, no primeiro tempo o São Paulo foi melhor, embora não levasse grande perigo ao gol corintiano, ao ameaçar, no máximo, três vezes.
Como começou melhor o segundo tempo, ao, com Borges, cabecear no travessão de Felipe.
Nada, no entanto, assustava o Corinthians, que sabia exatamente cada passo que dava no gramado do rival, sem se afobar, sem ansiedade, com Douglas numa tarde feliz e apenas com Jorge Henrique errando muito no ataque.
Quis o deus dos estádios, no entanto, que quando se imaginava que o São Paulo passaria à pressão total, Douglas puxasse um contra-ataque com insuspeitada velocidade, desse para Ronaldo pela esquerda virar brilhantemente o jogo para o lado direito onde estava quem? Onde estava Jorge Henrique, que chutou forte a bola que acabou na trave e voltou no pé de quem havia começado a jogada: gol de Douglas.
Parecia tudo que os corintianos poderiam querer de melhor no Morumbi com mais de 45 mil torcedores, 90% tricolores.
E não era.
Porque dois minutos depois foi a vez de Cristian lançar Ronaldo, em tarde de poucos, mas decisivos, momentos. Em vez de pisar em André Dias, que, suspenso, não jogou, deu um pique impressionante e um tapa, mas na bola, na saída de Bosco: 2 a 0. Fim de papo.
Para quem já vinha valorizando ao máximo a posse de bola desde o recomeço do jogo, estava estampado o placar que mantinha a vantagem corintiana sobre o Santos nas finais e acrescentava mais uma vitória sobre o São Paulo na casa dele.
Agora são 10 vitórias de vantagem nos confrontos entre ambos no campo rival, além de o Corinthians ter tirado de lá a Taça dos Invictos e a levado para o Parque São Jorge.
Será campeão do Paulistinha pela 26ª vez, invicto ainda por cima?
Tem tudo para ser e é a aposta não é de hoje deste pobre escrivão.
Mas que é impossível não lembrar do Santos de 2002, com Diego e Robinho, quando se vê este de Paulo Henrique e Neymar, lá isso também não pode deixar de ser dito.
Ainda mais que há um Madson, um Kléber Pereira, um Fábio Costa, Fabão, todos rendendo muito sob o comando de Vagner Mancini.
O bom senso determinaria que as duas finais fossem feitas em campo neutro, no Morumbi, com espaços divididos. Mas é claro que é sagrado o direito santista de jogar a partida de ida na Vila Belmiro.

blogdojuca@uol.com.br

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