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Mundial pode ver país inexistente
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Sérvia e Montenegro corre o risco de representar um país inexistente até sua estréia na Copa do
Mundo, em 11 de junho, contra a
Holanda. Amanhã, Montenegro
faz plebiscito para decidir se irá se
tornar independente da Sérvia.
Para que a secessão ocorra, os
independentistas precisam de
55% dos votos. Esse foi o limite
imposto pela União Européia para validar a vitória, além de exigir
que ao menos 50% dos eleitores
votem -cerca de 485 mil pessoas
podem participar do sufrágio.
Segundo pesquisas recentes, o
movimento pró-separação tem
apoio de 56% da população.
Oficialmente, a federação de futebol de Sérvia e Montenegro não
comenta o assunto. A única menção feita por Zvedan Terzic, presidente da entidade, é que aceitará a
decisão. No entanto a seleção não
deixará de participar do Mundial.
Dejan Savicevic, ex-jogador da
seleção iugoslava e atual presidente da federação montenegrina, também dá aval para que o time dispute unido a Copa, seja
qual for o resultado das urnas.
Do elenco que irá à Alemanha,
apenas Vucinic, atacante do Lecce
(ITA), é nascido em Montenegro.
Resultado do caos vivido pela
região desde os anos 1990, o grupo também conta com os croatas
Kovacevic, Ergic e Ljuboja, além
dos bósnios Dudic, Krstajic, Koroman e Milosevic. O time é treinado pelo croata Ilija Petkovic.
Sérvia e Montenegro se classificou em primeiro em seu grupo
nas eliminatórias européias. Terminou invicta, com 22 pontos.
Com defesa sólida, tomou só um
gol em dez jogos. Para conseguir a
vaga, superou a Bélgica e obrigou
a Espanha a jogar a repescagem.
A independência, que é defendida pelo primeiro-ministro de
Montenegro, Milo Djukanovic,
representaria o desmembramento final da antiga Iugoslávia, depois das saídas de Eslovênia,
Croácia, Bósnia e Macedônia da
federação ainda nos anos 1990.
A união entre Sérvia e Montenegro foi sacramentada em 2003
com o que havia sobrado da Iugoslávia. Apesar de vínculos históricos e culturais, hoje os países
contam com autonomia quase total, que lhes permite contar, por
exemplo, com duas alfândegas.
Com agências internacionais
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