São Paulo, sábado, 20 de maio de 2006

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Mundial pode ver país inexistente

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sérvia e Montenegro corre o risco de representar um país inexistente até sua estréia na Copa do Mundo, em 11 de junho, contra a Holanda. Amanhã, Montenegro faz plebiscito para decidir se irá se tornar independente da Sérvia.
Para que a secessão ocorra, os independentistas precisam de 55% dos votos. Esse foi o limite imposto pela União Européia para validar a vitória, além de exigir que ao menos 50% dos eleitores votem -cerca de 485 mil pessoas podem participar do sufrágio.
Segundo pesquisas recentes, o movimento pró-separação tem apoio de 56% da população.
Oficialmente, a federação de futebol de Sérvia e Montenegro não comenta o assunto. A única menção feita por Zvedan Terzic, presidente da entidade, é que aceitará a decisão. No entanto a seleção não deixará de participar do Mundial.
Dejan Savicevic, ex-jogador da seleção iugoslava e atual presidente da federação montenegrina, também dá aval para que o time dispute unido a Copa, seja qual for o resultado das urnas.
Do elenco que irá à Alemanha, apenas Vucinic, atacante do Lecce (ITA), é nascido em Montenegro.
Resultado do caos vivido pela região desde os anos 1990, o grupo também conta com os croatas Kovacevic, Ergic e Ljuboja, além dos bósnios Dudic, Krstajic, Koroman e Milosevic. O time é treinado pelo croata Ilija Petkovic.
Sérvia e Montenegro se classificou em primeiro em seu grupo nas eliminatórias européias. Terminou invicta, com 22 pontos. Com defesa sólida, tomou só um gol em dez jogos. Para conseguir a vaga, superou a Bélgica e obrigou a Espanha a jogar a repescagem.
A independência, que é defendida pelo primeiro-ministro de Montenegro, Milo Djukanovic, representaria o desmembramento final da antiga Iugoslávia, depois das saídas de Eslovênia, Croácia, Bósnia e Macedônia da federação ainda nos anos 1990.
A união entre Sérvia e Montenegro foi sacramentada em 2003 com o que havia sobrado da Iugoslávia. Apesar de vínculos históricos e culturais, hoje os países contam com autonomia quase total, que lhes permite contar, por exemplo, com duas alfândegas.


Com agências internacionais

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