São Paulo, sábado, 20 de maio de 2006

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BASQUETE

Hexagonal final tem festival de faltas técnicas em jogos de Rio e Ulbra

"Rebeldes" põem árbitros do Nacional sob suspeita

DA REPORTAGEM LOCAL

Os acontecimentos dos últimos dois dias põem em xeque as arbitragens do hexagonal semifinal do Nacional masculino. A chave na qual os seis clubes se enfrentam definirá amanhã os finalistas do torneio. Participam da disputa Franca, Ribeirão Preto, Rio Claro, Brasília, Rio de Janeiro e Ulbra. Os jogos acontecem em Franca.
Dirigentes e elencos de Rio de Janeiro e Ulbra, que entraram na disputa graças a uma liminar da Justiça, reclamam de favorecimento a seus rivais na edição mais bagunçada em toda a história do Nacional, iniciado em 1990.
Com a arbitragem de José Augusto Piovezan e Joaquins Feitosa, o Rio de Janeiro perdeu para o Rio Claro, anteontem, por 90 a 80.
No jogo, foram apitadas cinco faltas técnicas contra o time carioca. O ala Vanderlei, que vinha sendo um dos cestinhas do Rio, foi expulso no segundo quarto.
"Na hora em que o Piovezan apitou a falta, disse que o adversário tinha me empurrado antes. No meu modo de ver, não desrespeitei ninguém. Isso nunca aconteceu na minha carreira", afirmou o experiente jogador, de 33 anos, que atuou pela seleção até 2002.
Como punição, Vanderlei não pôde atuar ontem pelo hexagonal semifinal, contra o Ribeirão.
Na partida, o time do Rio voltou a lamentar a atuação dos juízes, dessa vez da dupla Cristiano Maranho e Francisco Ferreira. A equipe levou sete faltas técnicas e teve dois atletas expulsos, o ala Dedé e o pivô Everaldo. O técnico Zé Boquinha também teve que deixar o duelo por reclamação. Sem os dois na quadra e o técnico no banco, a equipe não ofereceu resistência e perdeu por 106 a 92.
O clube de Ribeirão Preto, por sua vez, levou uma falta técnica, totalizando oito no confronto.
Para o técnico Lula, do Ribeirão Preto, a arbitragem foi normal. "O jogo tem regras. Ofender o árbitro é falta técnica. Pelo que eles fizeram, foi pouco", afirma ele.
Questionada sobre quando o Nacional teve tantas faltas técnicas em apenas uma partida, a Confederação Brasileira de Basquete não soube informar, pois tal item não consta nas estatísticas.
Hoje, o Rio de Janeiro pega o Franca sem os atletas expulsos.
"Nem sei o que pensar disso tudo. Nunca vi nada parecido. Perdi as esperanças com a arbitragem", lamentou Zé Boquinha, ainda antes da partida contra o Ribeirão.
O outro "intruso" do Nacional também se queixa dos juízes. Anteontem, contra o Ribeirão Preto, a Ulbra levou uma falta técnica quando Enrique Barrera, supervisor do clube, deixou o banco de reservas sem autorização.
"Estava revoltado com a arbitragem [de Francisco Lima e Cristiano Maranho] e resolvi sair para não me envolver em confusão", conta Barrera, que afirma que sua equipe está sendo perseguida.
"Não sei qual é a razão disso. A Ulbra entrou no Nacional beneficiada por liminar da Justiça por ser campeã gaúcha. Mas nós nem entramos nessa ação", argumenta ele, cujo time também disputa a Nossa Liga, competição rival do Nacional, criada no ano passado.
"Isso só nos leva a concluir que é melhor jogar a Nossa Liga."
A Ulbra acabou sendo derrotada pelo Ribeirão Preto por 89 a 88, após prorrogação. Ontem, a equipe perdeu novamente, desta vez para o Brasília, por 95 a 84. Enfrenta hoje o Rio Claro, mas já está fora da luta por uma vaga na final.
Procurado para comentar as atuações dos juízes, o coordenador de arbitragem da CBB, Geraldo Miguel Fontana, afirmou que não poderia falar naquele momento por estar assistindo ao jogo Rio de Janeiro x Ribeirão Preto. Após a partida, não atendeu mais as ligações em seu celular. (ADALBERTO LEISTER FILHO)


NA TV - Brasília x Ribeirão Preto, Sportv, ao vivo, a partir das 13h30


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