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Rombo de clubes cresce 2 vezes mais do que a inflação
Dívida de dez dos maiores times do país aumentou 10,5%
apenas no ano passado, contra 3,83% do IGP-M no período
Seis equipes registram mais
de R$ 100 milhões de dívidas
no final de 2006, sendo o
Flamengo o atual líder da
lista, com R$ 232,9 milhões
DA REPORTAGEM LOCAL
Dez dos maiores clubes brasileiros devem R$ 1,344 bilhão,
segundo os balanços do ano
passado. Isso representa crescimento de 10,5% sobre o valor
registrado ao final de 2005.
Ou seja, o aumento do débito
equivale a 2,7 vezes o Índice
Geral de Preços de Mercado
(IGP-M) do ano passado, que
foi de 3,83%, considerando que
foram acrescentados R$ 128
milhões aos passivos (obrigações a serem pagas) dos times.
Dos 10 clubes, 6 registravam
débitos acima de R$ 100 milhões no final de 2006: Atlético-MG, Botafogo, Flamengo,
Grêmio, Santos e Vasco. Com o
caso do atacante Nilmar em
2007 -que gera dívida de R$ 22
milhões-, o Corinthians também ultrapassa hoje o patamar.
Os compromissos fiscais representam a maior fatia das
pendência dos clubes. Quem
amarga o maior débito é o Flamengo: são R$ 232,9 milhões,
um aumento de R$ 17 milhões.
Entre os rubro-negros, mais da
metade do montante devedor é
relacionado a tributos públicos.
Assim, superou o Botafogo,
que totaliza um débito de R$
216,8 milhões. O clube alvinegro verificou uma redução na
dívida, mas também tem pendências com o governo.
Ao contrário dos débitos com
TV, federações e atletas, as dívidas fiscais não geram dependência financeira, pois o governo não faz exigências aos cartolas. Mas podem gerar penhoras
de rendas e bens.
O estádio Olímpico, por
exemplo, serve como garantia
para os débitos dos gremistas.
Mas a diretoria do clube gaúcho
tenta resolver outras pendências, vinculadas a entidades privadas. "Tínhamos pendências
com outros clubes. Resolvemos
com alguns, como o Palmeiras.
Assim, pudemos voltar a negociar com eles", contou o presidente do Grêmio, Paulo Odone.
O clube formou grupo de credores que recebe parte da rendas, como a venda de atletas.
No São Paulo, o aumento do
passivo- chegou a R$ 75,9 milhões- foi gerado por acordo
para parcelar dívidas com o governo e por crescimento do
gasto com o elenco. O clube
aceitou pagar R$ 11,4 milhões
em impostos, em troca de abatimento de R$ 4,7 milhões.
Do total de compromissos do
São Paulo, cerca de um terço,
R$ 22 milhões, é com contratos
de direitos de imagem com
atletas do elenco. "A finalidade
do clube é esportiva, não de dar
lucro. Investimos mais se temos receita", justificou João
Paulo de Jesus Lopes, consultor da presidência do clube.
Com a menor dívida dos dez
clubes, o Palmeiras viu seu débito saltar 66,3%. O valor chegou a R$ 48,7 milhões.
O Inter não publicou suas
contas até 30 de abril, como
manda a Lei Pelé. "Nosso balanço está pronto, mas o Conselho Fiscal, que é opositor, não
deu parecer", disse o vice Mário
Sérgio Silva. A reportagem não
obteve os dados do balanço do
Fluminense.0
(RODRIGO MATTOS)
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