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Corinthians aposta em dois chefes para embalar
Cláudio Duarte, auxiliar de Carpegiani, tem status de técnico nos treinamentos
Movimentação tática fica a cargo do treinador do time, enquanto assistente está incumbido de aprimorar fundamentos dos jogadores
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
De um lado do campo, metade do time do Corinthians. O
grupo ouve as instruções do comandante e as executa, num
movimento repetitivo, próprio
de treinos táticos que aprimoram posicionamento de ataque
e defesa. Na outra metade do
gramado, uma turma um pouco
menor também ouve atentamente as instruções de outro
comandante, mas em exercícios de fundamentos.
A cena tem sido comum durante os treinos no Parque São
Jorge, como os que serviram de
preparação para a partida de
hoje contra o Cruzeiro, em Belo
Horizonte, pelo Brasileiro.
Os protagonistas são Paulo
César Carpegiani e Cláudio
Duarte. Em seu trabalho no Corinthians, Carpegiani costuma
dividir com o companheiro de
comissão técnica as tarefas durante os treinos, o que faz de
Duarte mais do que um auxiliar. Ele é praticamente um segundo treinador em campo.
As atribuições de cada um
são bem definidas. Além da divisão do elenco e do campo em
duas partes, eles também separam o tipo de tarefa.
Carpegiani se esmera em
tentar apurar a aplicação tática
dos corintianos. Suas orientações lembram a de um professor para uma classe de alunos.
Não raro, ele pára a bola para
corrigir posicionamento de
atletas e orientar jogadas ensaiadas. Alguns dos jogadores
chegam a se dispersar durante
a atividade enquanto o treinador faz gestos exemplificando o
que quer de seus pupilos.
Duarte tem incumbência
mais prática. Sob seus gritos,
atletas treinam fundamentos à
exaustão. Cruzamentos, finalizações diversas e cobranças de
falta. Entretanto, ao contrário
do que a repetição do exercício
mecânico poderia sugerir, o seu
lado do campo costuma ser
mais animado. Os envolvidos
fazem competição entre si. Dividem-se, por exemplo, entre
defensores e atacantes ou jogadores de linha e goleiros e apostam seqüências de "polichinelo" para os perdedores. Às vezes
a brincadeira é até incentivada
pelo "comandante".
E o auxiliar de Carpegiani
não é "técnico" apenas em treinos específicos. Quando a prática exige a presença de todos
os jogadores no mesmo exercício, como num coletivo em
campo inteiro, Duarte ajuda
Carpegiani a orientar o time.
Mas talvez a função do auxiliar corintiano mais inusitada
seja a de "tradutor". Segundo os
próprios atletas, a forma de
Duarte se expressar com o
elenco é mais "boleira" que a de
Carpegiani. "O Paulo fala de um
jeito, e o Cláudio fala de um outro jeito que a gente entende",
diz o goleiro Felipe, que afirma
ter gostado dos treinos com
"dois técnicos". Nas rodas de
reuniões feitas no meio-campo
depois dos exercícios, Duarte
divide a palavra com Carpegiani, embora seja o segundo
quem conduza a conversa.
O treinador corintiano, no
entanto, afirma que a divisão
quase equânime de tarefas com
seu auxiliar é mais por obra do
momento da preparação do time. "Eu tenho que dar ênfase
na tática e acelerar a minha
parte. E deixo a outra com ele",
explica Carpegiani.
NA TV - Cruzeiro x Corinthians
Globo (para SP) e Band (menos RJ e
MG), ao vivo, às 16h
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