São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007

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Corinthians aposta em dois chefes para embalar

Cláudio Duarte, auxiliar de Carpegiani, tem status de técnico nos treinamentos

Movimentação tática fica a cargo do treinador do time, enquanto assistente está incumbido de aprimorar fundamentos dos jogadores


PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

De um lado do campo, metade do time do Corinthians. O grupo ouve as instruções do comandante e as executa, num movimento repetitivo, próprio de treinos táticos que aprimoram posicionamento de ataque e defesa. Na outra metade do gramado, uma turma um pouco menor também ouve atentamente as instruções de outro comandante, mas em exercícios de fundamentos.
A cena tem sido comum durante os treinos no Parque São Jorge, como os que serviram de preparação para a partida de hoje contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte, pelo Brasileiro.
Os protagonistas são Paulo César Carpegiani e Cláudio Duarte. Em seu trabalho no Corinthians, Carpegiani costuma dividir com o companheiro de comissão técnica as tarefas durante os treinos, o que faz de Duarte mais do que um auxiliar. Ele é praticamente um segundo treinador em campo.
As atribuições de cada um são bem definidas. Além da divisão do elenco e do campo em duas partes, eles também separam o tipo de tarefa.
Carpegiani se esmera em tentar apurar a aplicação tática dos corintianos. Suas orientações lembram a de um professor para uma classe de alunos. Não raro, ele pára a bola para corrigir posicionamento de atletas e orientar jogadas ensaiadas. Alguns dos jogadores chegam a se dispersar durante a atividade enquanto o treinador faz gestos exemplificando o que quer de seus pupilos.
Duarte tem incumbência mais prática. Sob seus gritos, atletas treinam fundamentos à exaustão. Cruzamentos, finalizações diversas e cobranças de falta. Entretanto, ao contrário do que a repetição do exercício mecânico poderia sugerir, o seu lado do campo costuma ser mais animado. Os envolvidos fazem competição entre si. Dividem-se, por exemplo, entre defensores e atacantes ou jogadores de linha e goleiros e apostam seqüências de "polichinelo" para os perdedores. Às vezes a brincadeira é até incentivada pelo "comandante".
E o auxiliar de Carpegiani não é "técnico" apenas em treinos específicos. Quando a prática exige a presença de todos os jogadores no mesmo exercício, como num coletivo em campo inteiro, Duarte ajuda Carpegiani a orientar o time.
Mas talvez a função do auxiliar corintiano mais inusitada seja a de "tradutor". Segundo os próprios atletas, a forma de Duarte se expressar com o elenco é mais "boleira" que a de Carpegiani. "O Paulo fala de um jeito, e o Cláudio fala de um outro jeito que a gente entende", diz o goleiro Felipe, que afirma ter gostado dos treinos com "dois técnicos". Nas rodas de reuniões feitas no meio-campo depois dos exercícios, Duarte divide a palavra com Carpegiani, embora seja o segundo quem conduza a conversa.
O treinador corintiano, no entanto, afirma que a divisão quase equânime de tarefas com seu auxiliar é mais por obra do momento da preparação do time. "Eu tenho que dar ênfase na tática e acelerar a minha parte. E deixo a outra com ele", explica Carpegiani.


NA TV - Cruzeiro x Corinthians
Globo (para SP) e Band (menos RJ e MG), ao vivo, às 16h



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