São Paulo, quarta, 20 de maio de 1998

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Polícia antiterror vai dormir com seleção

dos enviados a Ozoir-la-Ferrière

A polícia antiterrorismo da França pediu e terá quatro quartos à disposição dos seus agentes no Château de Grande Romaine, hotel onde a seleção brasileira ficará hospedada durante a Copa.
O château fica em Lésigny, cidade da periferia de Paris vizinha a Ozoir-la-Ferrière, onde a equipe fará a maioria dos treinamentos.
Ontem, em frente ao estádio de Ozoir, um carro estacionado teve os vidros quebrados, num ato que a polícia supõe ter sido de vandalismo. A polícia teme que a equipe do país campeão mundial de futebol seja alvo de atentados de terroristas que agiriam em busca da divulgação de suas causas.
Entre os principais suspeitos de preparar ações durante a Copa do Mundo, estão grupos argelinos e o ETA, organização armada que luta pela independência do país Basco, na Espanha e na França.
Para não facilitar eventuais atentados, a polícia francesa até ontem havia negado permissão para a seleção brasileira dar entrevista coletiva no aeroporto Charles de Gaulle, na manhã de sexta-feira.
No hotel, há uma placa pedindo para não se deixar nenhum pacote no interior dos carros. Policiais antiterror vão trabalhar dentro, onde alguns também vão se hospedar, e fora do château.
No Charles de Gaulle, foram afixados avisos de que malas abandonadas serão explodidas -há medo de que possuam explosivos.
No hotel, haverá um chefe de segurança brasileiro. O escolhido, provavelmente, será um agente da Polícia Federal.
Durante a Copa de 94, nos EUA, a seleção teve a proteção permanente do FBI, a polícia federal norte-americana. Na Olimpíada de 96, após a explosão de uma bomba em Atlanta (EUA), agentes do FBI passaram a acompanhar em Miami e em Athens a seleção brasileira masculina de futebol.
Mas nenhum aparato se compara com o armado na França.
Levantamento do Comitê Francês de Organização do Mundial aponta as seleções de Brasil, França, Espanha, Croácia, Nigéria e Estados Unidos como os alvos prioritários de grupos terroristas.
No total, 80 policiais acompanharão os jogadores brasileiros. Só para fazer a segurança do atacante Ronaldinho foram destacados oito policiais. (JCA e MM)



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