São Paulo, quarta, 20 de maio de 1998

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FUTEBOL
Sebrae e Federação Bahiana de Futebol passam a desenvolver juntos projeto para adequar equipes à Lei Pelé
Convênio auxilia clube a virar empresa

PAULO LEANDRO
em Salvador

A FBF (Federação Bahiana de Futebol) e o Sebrae-BA (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado da Bahia) começaram ontem a desenvolver um projeto inédito no país, cujo objetivo é atrair investidores e transformar os clubes baianos em empresas de futebol.
A assinatura do convênio reuniu, na sede da FBF, dirigentes de clubes de primeira e segunda divisões interessados em se aproximar dos segmentos empresariais identificados como parceiros em potencial.
O projeto denominado "Clube-Empresa" pretende dotar os clubes de planejamento estratégico, visando profissionalizar os dirigentes de futebol.

Interesse
Ao Sebrae caberá despertar o interesse dos empresários para os negócios em futebol, por meio de pesquisas, censos, treinamentos, consultorias e capacitação gerencial dos dirigentes.
Segundo o presidente da FBF, o engenheiro químico Virgílio Elísio da Costa Neto, 53, o projeto Clube-Empresa vai permitir aos clubes antecipar ao prazo para se tornarem empresas, determinado pela Lei 9.615, a chamada Lei Pelé.
De acordo com a legislação, os clubes têm até 25 de março de 2000 para se transformarem em empresas dotadas de administração profissional, obrigadas a apresentar resultado financeiro.
"De nada vai adiantar virar empresa no papel, porque a Junta Comercial tem dezenas de exemplos diários de falências", diz Costa Neto. "O mais importante é que o clube se estruture, ganhe condições de atrair os investimentos e, melhor ainda, obtenha lucros ao final de cada exercício, como empresa rentável."

Potencial
Os dois principais clubes baianos, Vitória e Bahia, já firmaram parcerias.
O Vitória está em negociação com o banco Igatu, mas por enquanto segue o modelo de co-gestão com o banco Excel Econômico, negociado recentemente ao banco Bilbao Viscaya.
O rival estadual criou junto ao banco Oportunity uma Sociedade Anônima, o Bahia S.A., conhecido como Basa.

Outros exemplos
O presidente da FBF cita ainda como exemplos de clubes atrativos os que estão em cidades de grande porte.
Entre eles, estariam equipes como o Fluminense de Feira de Santana (107 km a noroeste de Salvador), com 500 mil habitantes, e o Conquista de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, com mais de 300 mil.



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