São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 2006

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Lúcio se firma como xerife eficiente

Zagueiro, titular nos últimos nove jogos em Copas, ajuda Brasil a ostentar sua menor média de gols sofridos na história

Com mais 32 minutos de invencibilidade, seleção bate seu recorde de tempo sem tomar gols em partidas disputadas em Mundiais


DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH

Ele é famoso por suas alucinadas subidas ao ataque e os espaços que deixa na defesa com elas. Mas, na longa história da seleção brasileira nas Copas, nenhum dos zagueiros mais famosos do país foi protagonista de uma defesa tão sólida como o brasiliense Lúcio, 28, é hoje.
Já são nove jogos em Mundiais com ele na zaga (é o único remanescente da posição da turma que esteve em 2002), e apenas quatro gols sofridos.
A média de 0,44 é menos da metade de outros jogos do Brasil na competição. Sem Lúcio, e com nomes consagrados como Domingos da Guia, Bellini ou Oscar, o time nacional foi vazado, em média, 0,97 vez por jogo.
Se ficar 32 minutos sem tomar gols contra o Japão, na quinta-feira, a seleção irá bater o recorde de invencibilidade da sua meta em Copas -já são 427 minutos, todos eles com Lúcio em campo (marca superada somente pelos 458 minutos na Copa-78, na Argentina).
Antes de o Brasil viajar para a Europa em busca do hexacampeonato, Carlos Alberto Parreira fez uma defesa enfática do seu jogador em entrevista à Folha. "Me diz quem é melhor que ele, mais regular? Ele tem uma regularidade impressionante. Até falha, mas o Brasil nunca perdeu por causa dele", falou o treinador da seleção.
A mesma confiança em Lúcio era depositada por Luiz Felipe Scolari, que, ao contrário do que faz Parreira e sua linha de quatro defensores, escalava o zagueiro num 3-5-2, ao lado de Roque Júnior e Edmilson.
A desconfiança em relação a Lúcio ganhou força em 2002, quando falhou feio no gol da Inglaterra, marcado por Owen, nas quartas-de-final da Copa.
Mas ele continuou titular e evoluiu em praticamente todos os fundamentos, segundo o Datafolha, na edição dem 2006.
A começar pelos desarmes, o mais importante para um zagueiro. Sua média subiu de 22 roubadas de bola para 24.
O esmero nos passes, fundamento em que ia pior, melhorou. Sua eficiência é de 89%, ou cinco pontos percentuais a mais do que há quatro anos.
Ontem, Lúcio exaltou o trabalho da defesa que comanda na Alemanha, país onde joga defendendo o Bayern de Munique. "O setor defensivo está funcionando muito bem. Todo mundo está se ajudando em campo, o que contribui para não termos levado gol", disse, quase em coro com Juan, seu companheiro de zaga.
"Com todos se ajudando em campo, o que faz com que a defesa não tome gol, o Brasil dificilmente será derrotado, pela capacidade ofensiva da equipe. Então, é importante evitar o máximo sofrer gol."0 (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

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