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Lúcio se firma como xerife eficiente
Zagueiro, titular nos últimos nove jogos em Copas, ajuda Brasil a ostentar sua menor média de gols sofridos na história
Com mais 32 minutos de invencibilidade, seleção bate seu recorde de tempo sem tomar gols em partidas disputadas em Mundiais
DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH
Ele é famoso por suas alucinadas subidas ao ataque e os espaços que deixa na defesa com
elas. Mas, na longa história da
seleção brasileira nas Copas,
nenhum dos zagueiros mais famosos do país foi protagonista
de uma defesa tão sólida como
o brasiliense Lúcio, 28, é hoje.
Já são nove jogos em Mundiais com ele na zaga (é o único
remanescente da posição da
turma que esteve em 2002), e
apenas quatro gols sofridos.
A média de 0,44 é menos da
metade de outros jogos do Brasil na competição. Sem Lúcio, e
com nomes consagrados como
Domingos da Guia, Bellini ou
Oscar, o time nacional foi vazado, em média, 0,97 vez por jogo.
Se ficar 32 minutos sem tomar gols contra o Japão, na
quinta-feira, a seleção irá bater
o recorde de invencibilidade da
sua meta em Copas -já são 427
minutos, todos eles com Lúcio
em campo (marca superada somente pelos 458 minutos na
Copa-78, na Argentina).
Antes de o Brasil viajar para a
Europa em busca do hexacampeonato, Carlos Alberto Parreira fez uma defesa enfática do
seu jogador em entrevista à Folha. "Me diz quem é melhor
que ele, mais regular? Ele tem
uma regularidade impressionante. Até falha, mas o Brasil
nunca perdeu por causa dele",
falou o treinador da seleção.
A mesma confiança em Lúcio
era depositada por Luiz Felipe
Scolari, que, ao contrário do
que faz Parreira e sua linha de
quatro defensores, escalava o
zagueiro num 3-5-2, ao lado de
Roque Júnior e Edmilson.
A desconfiança em relação a
Lúcio ganhou força em 2002,
quando falhou feio no gol da Inglaterra, marcado por Owen,
nas quartas-de-final da Copa.
Mas ele continuou titular e
evoluiu em praticamente todos
os fundamentos, segundo o Datafolha, na edição dem 2006.
A começar pelos desarmes, o
mais importante para um zagueiro. Sua média subiu de 22
roubadas de bola para 24.
O esmero nos passes, fundamento em que ia pior, melhorou. Sua eficiência é de 89%, ou
cinco pontos percentuais a
mais do que há quatro anos.
Ontem, Lúcio exaltou o trabalho da defesa que comanda
na Alemanha, país onde joga
defendendo o Bayern de Munique. "O setor defensivo está
funcionando muito bem. Todo
mundo está se ajudando em
campo, o que contribui para
não termos levado gol", disse,
quase em coro com Juan, seu
companheiro de zaga.
"Com todos se ajudando em
campo, o que faz com que a defesa não tome gol, o Brasil dificilmente será derrotado, pela
capacidade ofensiva da equipe.
Então, é importante evitar o
máximo sofrer gol."0
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO
PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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