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Muricy não resiste à 4ª eliminação e cai no São Paulo
Técnico, que pretendia ficar no clube, treina time à tarde,
é demitido à noite por dirigentes e agora quer tirar férias
Após derrota para Cruzeiro, cartolas fazem uma reunião e conseguem convencer o presidente Juvenal Juvêncio a encerrar ciclo do treinador
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de resistir por três
anos e meio, o técnico Muricy
Ramalho, 53, foi demitido pela
diretoria do São Paulo ontem,
após a eliminação da quarta Taça Libertadores seguida, diante
do Cruzeiro. O time havia caído
nas semifinais do Paulista e não
vem bem no Brasileiro.
Para enfrentar o Corinthians, amanhã, seu substituto
será o auxiliar técnico Milton
Cruz. Cartolas são-paulinos já
trabalham para escolher um
substituto com rapidez, mas só
pretendem fazer a contratação
a partir de segunda-feira.
Muricy foi comunicado da
sua demissão ontem à noite,
em encontro com o presidente
Juvenal Juvêncio e assessores.
O dirigente disse ao técnico que
acabara o seu ciclo no clube.
Antes, ele treinara o time à tarde, sem saber de nada.
A intenção de Muricy era
permanecer no São Paulo. Ele
pretendia cumprir seu contrato, que ia até o final de 2010.
Agora, diz que vai tirar férias.
Só que sua queda já estava selada desde a madrugada de ontem. Após a partida contra o
Cruzeiro, dez dirigentes são-
-paulinos se reuniram para discutir a situação do técnico.
Inicialmente, Juvenal era
contra a saída do treinador, como já ocorrera em ocasiões anteriores, nas quais conseguiu
segurá-lo. Desta vez, a maioria
dos cartolas presentes se mostrou contrária à permanência.
No dia seguinte à noite, a cúpula do futebol se reuniu com o
presidente e confirmou o veredito. Então, o presidente foi
convencido a demiti-lo.
O principal motivo para sua
saída foi o mau desempenho do
time, mas outras atitudes irritaram os cartolas. Entre elas, o
fato de escalar poucos jogadores da base, pedido de Juvenal.
Além disso, houve a avaliação
de que Muricy estava desgastado. Há uma lista de descontentes: Washington, Borges, Dagoberto e André Lima já protestaram contra a reserva.
Para cartolas são-paulinos,
não era possível continuar escalando jogadores que protestavam contra o treinador.
"As coisas não estavam indo
bem. Não temos queixas do
Muricy, mas o time não vinha
rendendo bem e a torcida vinha
reclamando. O desgaste acabou
acontecendo", afirmou o vice-
-presidente de futebol, Carlos
Augusto de Barros e Silva.
"Chegamos a um momento
em que precisávamos de uma
mudança. Precisa mudar o processo. Foi analisado o resultado
como um todo", ressaltou João
Paulo de Jesus Lopes, o diretor
de futebol do clube tricolor.
Além do treinador, a diretoria pretende fazer uma revisão
do elenco são-paulino. "Talvez,
talvez. Temos que esperar o novo técnico para discutir isso",
analisou Barros e Silva.
Há desgaste com jogadores
como Washington e André Lima. Até o volante Hernanes foi
vaiado pela torcida contra o
Cruzeiro, mas permanece a não
ser que tenha proposta.
No último treino de Muricy à
frente do time, o clima no centro de treinamento foi tenso. A
diretoria reforçou a segurança
nos portões e muros para evitar
novas pichações, como as feitas
na madrugada de ontem.
Hoje, haverá mais tensão no
São Paulo. Juvenal Juvêncio e
Muricy vão estar no CT pela
manhã para explicar as razões
da demissão do treinador.
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