São Paulo, sábado, 20 de junho de 2009

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Muricy não resiste à 4ª eliminação e cai no São Paulo

Técnico, que pretendia ficar no clube, treina time à tarde, é demitido à noite por dirigentes e agora quer tirar férias

Após derrota para Cruzeiro, cartolas fazem uma reunião e conseguem convencer o presidente Juvenal Juvêncio a encerrar ciclo do treinador


RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de resistir por três anos e meio, o técnico Muricy Ramalho, 53, foi demitido pela diretoria do São Paulo ontem, após a eliminação da quarta Taça Libertadores seguida, diante do Cruzeiro. O time havia caído nas semifinais do Paulista e não vem bem no Brasileiro.
Para enfrentar o Corinthians, amanhã, seu substituto será o auxiliar técnico Milton Cruz. Cartolas são-paulinos já trabalham para escolher um substituto com rapidez, mas só pretendem fazer a contratação a partir de segunda-feira.
Muricy foi comunicado da sua demissão ontem à noite, em encontro com o presidente Juvenal Juvêncio e assessores. O dirigente disse ao técnico que acabara o seu ciclo no clube. Antes, ele treinara o time à tarde, sem saber de nada.
A intenção de Muricy era permanecer no São Paulo. Ele pretendia cumprir seu contrato, que ia até o final de 2010. Agora, diz que vai tirar férias.
Só que sua queda já estava selada desde a madrugada de ontem. Após a partida contra o Cruzeiro, dez dirigentes são- -paulinos se reuniram para discutir a situação do técnico.
Inicialmente, Juvenal era contra a saída do treinador, como já ocorrera em ocasiões anteriores, nas quais conseguiu segurá-lo. Desta vez, a maioria dos cartolas presentes se mostrou contrária à permanência. No dia seguinte à noite, a cúpula do futebol se reuniu com o presidente e confirmou o veredito. Então, o presidente foi convencido a demiti-lo.
O principal motivo para sua saída foi o mau desempenho do time, mas outras atitudes irritaram os cartolas. Entre elas, o fato de escalar poucos jogadores da base, pedido de Juvenal.
Além disso, houve a avaliação de que Muricy estava desgastado. Há uma lista de descontentes: Washington, Borges, Dagoberto e André Lima já protestaram contra a reserva.
Para cartolas são-paulinos, não era possível continuar escalando jogadores que protestavam contra o treinador.
"As coisas não estavam indo bem. Não temos queixas do Muricy, mas o time não vinha rendendo bem e a torcida vinha reclamando. O desgaste acabou acontecendo", afirmou o vice- -presidente de futebol, Carlos Augusto de Barros e Silva.
"Chegamos a um momento em que precisávamos de uma mudança. Precisa mudar o processo. Foi analisado o resultado como um todo", ressaltou João Paulo de Jesus Lopes, o diretor de futebol do clube tricolor.
Além do treinador, a diretoria pretende fazer uma revisão do elenco são-paulino. "Talvez, talvez. Temos que esperar o novo técnico para discutir isso", analisou Barros e Silva.
Há desgaste com jogadores como Washington e André Lima. Até o volante Hernanes foi vaiado pela torcida contra o Cruzeiro, mas permanece a não ser que tenha proposta.
No último treino de Muricy à frente do time, o clima no centro de treinamento foi tenso. A diretoria reforçou a segurança nos portões e muros para evitar novas pichações, como as feitas na madrugada de ontem.
Hoje, haverá mais tensão no São Paulo. Juvenal Juvêncio e Muricy vão estar no CT pela manhã para explicar as razões da demissão do treinador.


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