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Laterais são incógnita para Dunga na seleção
Treinador lida com fartura técnica no lado direito e com penúria no esquerdo
Supervalorizados, Maicon e Daniel Alves já são certezas para a Copa-2010, enquanto Kléber e André Santos estão longe de ser unanimidade
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A PRETÓRIA
Hoje, Dunga só tem duas dúvidas sobre qual será seu time
titular na Copa do Mundo de
2010. Ainda não sabe quem escalará na lateral esquerda nem
na direita. Mas acabam aí as semelhanças dessas disputas.
Na lateral direita, o treinador
da seleção brasileira, que amanhã joga por um empate, contra a Itália, para avançar às semifinais da Copa das Confederações da África do Sul como líder da chave, vai decidir na base
da fartura. Na esquerda, na
mais absoluta penúria.
Maicon, 27, e Daniel Alves,
26, praticamente monopolizaram a lateral direita desde que
Dunga assumiu o cargo em
2006 (o treinador escalou um
dos dois em 38 dos 42 jogos que
comandou a equipe).
Eles são hoje os jogadores
dessa posição mais valorizados
no mercado mundial -a Inter
de Milão pede cerca de R$ 115
milhões para vender Maicon,
que interessa a Real Madrid e
Chelsea, e o Barcelona pagou,
pelo câmbio atual, o equivalente a R$ 90 milhões para tirar
Daniel Alves do Sevilla.
Na Copa das Confederações,
André Santos, 26, foi o sétimo
lateral esquerdo testado como
titular pelo treinador (já passaram por lá Adriano, Marcelo,
Gilberto, Juan e Richarlyson).
Entrou na vaga de Kléber, 29.
Os dois jogadores, especialmente o segundo, são a esperança de bons negócios para
seus clubes brasileiros há muito tempo, mas nenhuma equipe
do exterior mostrou real interesse neles até agora.
O desempenho na seleção
brasileira ajuda a entender o
motivo de valorização tão diferente entre seus laterais.
Sob o comando de Dunga, o
time nacional teve seis gols
marcados por seus laterais direitos (quatro de Maicon e dois
de Daniel Alves). Só dois tentos
foram marcados por laterais
esquerdos -o últimos deles, de
Kléber, há quase dois anos.
O Datafolha explica o desnível técnico entre os sucessores
de Cafu e Roberto Carlos, que
foram os titulares da seleção
por mais de dez anos.
Maicon e Daniel Alves aparecem bem no ataque -ambos finalizam, em média, uma vez
por jogo e com um índice de
acerto na casa dos 30%.
Na esquerda, Gilberto, até
hoje o mais utilizado por Dunga, tem média de 0,2 conclusão
por partida, com zero de índice
de acerto. Kléber é pior: chuta
só 0,1 vez a cada jogo.
Maicon foi titular de Dunga
em mais da metade dos jogos
do Brasil sob seu comando.
Mas viu Daniel Alves ganhar
espaço após contusão sofrida
no primeiro trimestre. Contra
a Itália, amanhã, o técnico ainda não anunciou quem joga.
Ambos dizem que a disputa pela posição vai ser leal.
"Só o Dunga pode dizer quem
fica com essa vaga. Estou bem,
o Daniel também. O importante é que a seleção está bem servida", afirmou Maicon após a
vitória por 3 a 0 contra os EUA,
quando fez gol e foi eleito pela
Fifa o melhor em campo.
"Ele [Dunga] tinha uma outra opção e sempre respeitei.
Agora tive mais chance, mais
oportunidade. Tentei aproveitar da melhor forma possível",
declarou Daniel Alves.
"Agora ele pode tomar a decisão que é a melhor para o grupo. E eu vou sempre respeitá-la", acrescentou ele sobre a
mais acirrada, e de melhor nível técnico, disputa por uma
posição de titular da seleção
brasileira na Copa de 2010.
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