São Paulo, sábado, 20 de junho de 2009

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Laterais são incógnita para Dunga na seleção

Treinador lida com fartura técnica no lado direito e com penúria no esquerdo

Supervalorizados, Maicon e Daniel Alves já são certezas para a Copa-2010, enquanto Kléber e André Santos estão longe de ser unanimidade


EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A PRETÓRIA

Hoje, Dunga só tem duas dúvidas sobre qual será seu time titular na Copa do Mundo de 2010. Ainda não sabe quem escalará na lateral esquerda nem na direita. Mas acabam aí as semelhanças dessas disputas.
Na lateral direita, o treinador da seleção brasileira, que amanhã joga por um empate, contra a Itália, para avançar às semifinais da Copa das Confederações da África do Sul como líder da chave, vai decidir na base da fartura. Na esquerda, na mais absoluta penúria.
Maicon, 27, e Daniel Alves, 26, praticamente monopolizaram a lateral direita desde que Dunga assumiu o cargo em 2006 (o treinador escalou um dos dois em 38 dos 42 jogos que comandou a equipe).
Eles são hoje os jogadores dessa posição mais valorizados no mercado mundial -a Inter de Milão pede cerca de R$ 115 milhões para vender Maicon, que interessa a Real Madrid e Chelsea, e o Barcelona pagou, pelo câmbio atual, o equivalente a R$ 90 milhões para tirar Daniel Alves do Sevilla.
Na Copa das Confederações, André Santos, 26, foi o sétimo lateral esquerdo testado como titular pelo treinador (já passaram por lá Adriano, Marcelo, Gilberto, Juan e Richarlyson). Entrou na vaga de Kléber, 29.
Os dois jogadores, especialmente o segundo, são a esperança de bons negócios para seus clubes brasileiros há muito tempo, mas nenhuma equipe do exterior mostrou real interesse neles até agora.
O desempenho na seleção brasileira ajuda a entender o motivo de valorização tão diferente entre seus laterais.
Sob o comando de Dunga, o time nacional teve seis gols marcados por seus laterais direitos (quatro de Maicon e dois de Daniel Alves). Só dois tentos foram marcados por laterais esquerdos -o últimos deles, de Kléber, há quase dois anos.
O Datafolha explica o desnível técnico entre os sucessores de Cafu e Roberto Carlos, que foram os titulares da seleção por mais de dez anos.
Maicon e Daniel Alves aparecem bem no ataque -ambos finalizam, em média, uma vez por jogo e com um índice de acerto na casa dos 30%.
Na esquerda, Gilberto, até hoje o mais utilizado por Dunga, tem média de 0,2 conclusão por partida, com zero de índice de acerto. Kléber é pior: chuta só 0,1 vez a cada jogo.
Maicon foi titular de Dunga em mais da metade dos jogos do Brasil sob seu comando. Mas viu Daniel Alves ganhar espaço após contusão sofrida no primeiro trimestre. Contra a Itália, amanhã, o técnico ainda não anunciou quem joga. Ambos dizem que a disputa pela posição vai ser leal.
"Só o Dunga pode dizer quem fica com essa vaga. Estou bem, o Daniel também. O importante é que a seleção está bem servida", afirmou Maicon após a vitória por 3 a 0 contra os EUA, quando fez gol e foi eleito pela Fifa o melhor em campo.
"Ele [Dunga] tinha uma outra opção e sempre respeitei. Agora tive mais chance, mais oportunidade. Tentei aproveitar da melhor forma possível", declarou Daniel Alves.
"Agora ele pode tomar a decisão que é a melhor para o grupo. E eu vou sempre respeitá-la", acrescentou ele sobre a mais acirrada, e de melhor nível técnico, disputa por uma posição de titular da seleção brasileira na Copa de 2010.


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