São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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"Pressões" guiam Itália por vitória

Sob críticas e pela primeira vez sem Buffon, equipe busca recuperação

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Se pressão for um fator motivacional, a Itália vai voar em campo hoje contra a Nova Zelândia, em tese o rival mais fraco do Grupo F.
A atual campeã do mundo apenas empatou com o Paraguai na estreia e precisa mostrar mais futebol. Carrega nos ombros o desafio de honrar o continente europeu, envergonhado pelos tropeços das gigantes França, Espanha, Inglaterra e Alemanha.
A Azzurra também convive com críticas duras de sua imprensa à falta de ofensividade e à alta média de idade do elenco comandado pelo técnico Marcello Lippi.
E, para deixar tudo ainda mais complicado, não terá hoje um de seus principais ícones neste século.
Pela primeira vez desde a Copa-1998, Gianluigi Buffon, 32, não estará no gol italiano. Reserva no Mundial da França, foi titular em 2002 e um dos heróis da conquista do título pela Azzurra em 2006.
Nos últimos 11 jogos e meio da Itália em Copas -ele saiu machucado no fim do primeiro tempo contra o Paraguai-, Buffon estava lá.
No elenco atual, é um dos únicos poupados das críticas italianas e praticamente uma unanimidade no país. Ontem, anunciou que fará uma cirurgia para tratar de sua hérnia de disco após a Copa. Hoje, o titular será Marchetti.
Sob tanta pressão e com tamanha desconfiança, o técnico Lippi, campeão em 2006, esbraveja. "Temos que melhorar na frente, mas, se alguém tiver dúvidas, a Itália estará lá com o coração, a cabeça e as pernas em alto nível", declarou o treinador.
Melhorar na frente significa, basicamente, fazer mais gols. A marca registrada do título de 2006 foi sua defesa sólida. O ataque, por sua vez, marcou 12 gols nos sete jogos. Não teve nem o melhor ataque (a Alemanha marcou 14 vezes) nem o artilheiro.
Se não vencer hoje, ficará em situação tão desconfortável quanto as outras potências da Europa. A Inglaterra só empatou, os franceses correm sério risco de eliminação precoce e a Espanha estreou com derrota ante a Suíça.
Entre as chamadas "grandes" seleções europeias, apenas a Holanda conseguiu duas vitórias em dois jogos.
Lippi, contudo, mostra confiança. "Estou certo de que melhoraremos. Mas até agora não vi no Mundial nenhum time perfeito", disse.


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