São Paulo, Domingo, 20 de Junho de 1999
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TÊNIS
Norte-americano, que pode igualar recorde de títulos em Grand Slams, é o favorito disparado em casa de apostas
Sampras vira "barbada" em Wimbledon

da Reportagem Local

e das agências internacionais

As apostas na tradicional casa inglesa William Hill podem ser consideradas um bom termômetro.
Lá, a grande ""barbada" para conquistar o Torneio de Wimbledon se chama Pete Sampras. Quem acreditar nele pode ganhar 2,35 vezes o valor apostado.
Seu favoritismo é tamanho que Tim Henman, o segundo mais bem cotado, tem, na matemática dos apostadores, menos de um terço das chances de Sampras: pelo inglês, a casa paga oito por um.
É justificada a crença em Sampras para Wimbledon, única competição do Grand Slam (principal série do tênis) jogada na grama.
Atual bicampeão do torneio inglês, o norte-americano chega à competição na condição em que mais esteve nos últimos anos: no topo do ranking mundial.
Como manterá a liderança por mais duas semanas, Sampras, 27, se tornará um dos dois jogadores que por mais tempo foram número um do mundo (270 semanas) -o mesmo que Ivan Lendl (EUA).
Se levantar a taça de novo, isolar-se-á nesse ranking histórico.
No torneio londrino, que já venceu cinco vezes, o norte-americano, considerado o jogador da década, pode empatar em número de conquistas de Grand Slam com o australiano Roy Emerson, o maior vencedor, com 12 títulos.
Neste ano, é verdade, Sampras não vem bem. Ficou boa parte do tempo afastado do topo da lista, penando com problemas físicos (que o levaram a desistir do Aberto da Austrália, em janeiro).
Mas, iniciada a temporada de grama, neste mês, deu sinais de que a velha forma pode estar de volta. Conquistou o Torneio de Queen's, importante competição preparatória para Wimbledon.
"Os Grand Slams são tudo para mim. São o que me deixa motivado. E em Wimbledon eu me sinto confiante. Sempre", disse ele. "E, se estiver jogando bem, será muito difícil, para qualquer um, me vencer", afirmou o norte-americano.
A partir de amanhã, Sampras terá a chance também de encerrar de vez uma "dúvida" que surgiu após seu compatriota Andre Agassi ter vencido Roland Garros: quem é o melhor jogador da atual geração?
Com a conquista francesa, Agassi obteve um feito que Sampras não tem: tornou-se o quinto jogador na história -e o primeiro nos últimos 30 anos- a ter todos os títulos do Grand Slam.
Para vencer o torneio inglês, no entanto, ele terá de remar contra uma tendência histórica: na era aberta (profissional) do tênis, a partir de 1968, apenas dois jogadores venceram Roland Garros e Wimbledon no mesmo ano: Bjorn Borg e Rod Laver.
Além de Sampras, Agassi e Henman, aparecem também com boas chances o holandês Richard Krajicek e o australiano Patrick Rafter.
Krajicek, atual quinto colocado no ranking mundial, já venceu o torneio uma vez, em 1996, e no ano passado chegou às semifinais.
Já Rafter (segundo do mundo), apesar de jogar bem em quadras rápidas -é o atual bicampeão do Aberto dos EUA-, diz não gostar de jogar na grama. Em Wimbledon, jamais conseguiu chegar às quartas-de-final.
Fora do grupo dos favoritos, o grande destaque da edição deste ano é a despedida de um dos jogadores que mais se identificam com o torneio: o alemão Boris Becker, 31, atual 79º do mundo.
Três vezes campeão e com quatro vices, Becker, um dos mais importantes e carismáticos jogadores da atual geração, surgiu para o tênis em Wimbledon -em 1985, aos 17 anos, tornou-se o mais jovem vencedor do torneio, o primeiro alemão a ganhar e o primeiro não-cabeça-de-chave campeão.


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