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São Paulo, domingo, 20 de julho de 2003

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PINGUE-PONGUE

Eurico ataca COB e diz que agora clube foca base

DA REPORTAGEM LOCAL

No Pan de Winnipeg só dava ele. Depois de cada medalha de um atleta vascaíno, apresentava sua contagem particular. Exibia um quadro de medalhas em que o Vasco aparecia como se fosse um país. Fez o mesmo em Sydney, mas voltou desapontado com a falta do ouro.
No retorno ao Brasil, começaram as acusações. Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, na época vice-presidente de futebol, mas já o homem forte do clube carioca, criticou o COB. Declarou que a entidade tem poucas despesas, entende pouco de esporte e não ajuda os clubes a formar atletas.
O tempo passou, mas a crítica continua. À Folha, Eurico diz que não se arrepende do que fez e lamenta o que chama de ciumeira dos dirigentes olímpicos. (JCA)

Folha - O projeto olímpico do Vasco até hoje é alvo de críticas e de fato não sobreviveu do Pan de Winnipeg até o de Santo Domingo. O que deu errado?
Eurico Miranda -
Não se trata de dar certo ou dar errado, até porque deu certo em muitos pontos. Mostramos que, com vontade, dá para ter resultados, como aconteceu em Winnipeg. Ajudamos muita gente. O remo não tinha barco, mandei importar um barco. A Adriana [Behar] e a Shelda tinham que ir ao Japão logo depois do Pan, fretei um avião para elas. Só que o sucesso gerou ciumeira, houve resistência. Mostramos que dá para levar 160 atletas e só um dirigente [referindo-se a ele], mas tem gente que acha melhor irem muitos dirigentes e poucos atletas.

Folha - O projeto olímpico do Vasco acabou?
Eurico -
Não, só que mudou o enfoque. Com menos dinheiro, temos investido mais na formação de atletas, o que dá menos repercussão, mas é mais importante. O Vasco tem hoje 22 esportes olímpicos, infanto-juvenil, juvenil, uma garotada que estamos tentando formar.

Folha - Em 1999, o COB não tinha os recursos da Lei Piva. Hoje tem. Mudou muita coisa?
Eurico -
Falta vontade política. Tenho uma relação respeitosa com o Nuzman, mas alguém tem que investir na base, e a grande parte do dinheiro da Lei Piva não vai para lá. Só alguns clubes, como o Vasco, investem na massificação do esporte. E sem nenhuma ajuda do governo, do COB, de ninguém.


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