São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

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Prancheta do PVC

Paulo Vinicius Coelho - pvc@uol.com.br

A hora do renascimento

LUXEMBURGO assumia o Santos após ser demitido do Cruzeiro. O time estava no bloco intermediário, quatro pontos acima da zona de rebaixamento e a estreia foi contra o Atlético-PR. Não é preciso esforço de memória para lembrar que aquele ano de 2004 terminou com o título brasileiro.
Pois Luxemburgo estreia contra o Atlético-PR, com o time no bloco intermediário, a poucos pontos acima do rebaixamento.
As coincidências não escondem que este é um tempo diferente de Luxemburgo e do Santos. Em 2004, o clube tinha poder de compra. Vendeu Diego, mas trouxe Ricardinho e Deivid. O técnico deixou o Cruzeiro pelo desgaste, não pelo fracasso de seu último trabalho, a eliminação da Libertadores. Era o melhor treinador do país. Não é mais.
A situação atual de Luxemburgo lembra mais a de 2001, meses depois de deixar a seleção brasileira. Naquela época, o técnico também diminuiu seu salário e voltou para o clube com o qual mais se identificava -naquele tempo, o Corinthians, hoje o Santos. No Parque São Jorge, foi campeão paulista e vice-campeão da Copa do Brasil.
A derrota para o São Paulo mostrou que é mais difícil montar o Santos hoje do que era em 2004 ou do que foi arrumar o Corinthians de 2001. Especialmente porque Luxemburgo terá só meses de contrato. Nessa condição, levar o Santos à Libertadores será símbolo de sucesso. Ficar sem a vaga não poderá ser apontado como fracasso.
Contra o São Paulo, Serginho montou a equipe com três volantes. Deixou dois zagueiros contra Dagoberto e Washingon, e Dagoberto foi jogar entre Luizinho e Domingos, explorando a lentidão da defesa santista. Pelo menos cinco vezes, Dagoberto usou aquele corredor e foi dali que saiu o passe para o gol de Washington, artilheiro são-paulino no ano, fazer o primeiro gol.
O gol santista também mostra o maior defeito da equipe. Depois do passe de Germano, só Roni na grande área. O time ataca com pouca gente.
Time de Luxemburgo ataca melhor, como faz questão de dizer aquela campanha de 2004, de 103 gols, do maior número de gols de um time na história do Brasileirão. Pelo menos, costumava ser assim.

COM CENTROAVANTE
O centroavante que mata de canela muitas vezes é odiado. Tudo bem se você tiver dois jogadores de movimentação e preferir usá-los, como Dagoberto e Borges. Não é o caso no São Paulo. Washington é o artilheiro do time no ano, com 18 gols. E o time, remontando-se, pode ter um centroavante assim.

TEMPO DE DESCANSO
Mano Menezes diz que está menos exigente com o time para permitir um descanso mental pela sequência de decisões. E o plano é se manter a uma distância que permita a reação, daqui a algumas rodadas. Essa observação, aliada à classificação, faz crer mais no Corinthians como candidato ao título.

ESTABILIDADE
Há duas diferenças no Palmeiras de Jorginho em comparação com o time que era comandado por Vanderlei Luxemburgo. A primeira vem do técnico: o sistema. A equipe agora não varia de um jogo com três zagueiros, para outro, com dois. De uma partida com três atacantes, para outra, com um. A estabilidade do time vem também dos jogadores. Diego Souza jamais acumulou uma sequência de partidas tão boa quanto agora. Ele é o melhor jogador da reação verde.


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