São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2000


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FUTEBOL

Time renuncia à filosofia do "ataque total" e assume de vez perfil defensivo contra o Botafogo, hoje, pela Copa JH

Corinthians encara nova realidade no Rio

MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians decidiu renunciar de vez à ""vocação ofensiva" que caracterizou o time na conquista das duas últimas edições do Campeonato Brasileiro e assumir que a defesa está em primeiro lugar em seu atual sistema tático.
Os dois últimos jogos sem sofrer gols -com vitórias de 1 a 0 sobre o Palmeiras e 2 a 0 sobre o Santa Cruz- convenceram o técnico Oswaldo Alvarez a manter o time com três volantes na partida de hoje contra o Botafogo, às 18h30, no estádio do Maracanã, no Rio, pela Copa João Havelange.
""Não abro mão dos três volantes (Márcio Costa, Edu e Vampeta), mesmo com o retorno de Ricardinho (meia) ao time. O time ganhou mais confiança, por isso não posso mexer na estrutura defensiva", afirmou o técnico Oswaldo Alvarez, que havia tomado um susto na derrota de 3 a 0 para o Boca Juniors, da Argentina, no último dia 9, em partida pela Copa Mercosul que por pouco não terminou em goleada maior.
É no ataque que o ""novo Corinthians pobre", que vem perdendo estrelas sem perspectiva de reforços à altura, deixa transparecer a sua dura realidade atual.
Do time campeão mundial já saíram, por exemplo, Edílson, Dida e Rincón. Vampeta está na iminência de ir para a Inter de Milão.
A equipe do ""ataque total" dos últimos campeonatos passou a ter um desempenho ofensivo modesto na Copa JH, que substitui este ano o Brasileiro.
O Corinthians chegou ao título do ano passado, sob o comando de Oswaldo de Oliveira, com o segundo melhor ataque da competição nacional, com média de 2,1 gols marcados por partida. Oliveira não tinha um volante fixo. Os dois jogadores desse setor, Rincón e Vampeta, tinham ampla liberdade para ir ao ataque.
Em 1998, sob o comando de Wanderley Luxemburgo, o time já havia ficado entre os quatro mais ofensivos, com 1,8 gol marcado em média por jogo. Era o início do resgate da filosofia do ataque total, que ele havia implantado anteriormente no Palmeiras.
Na Copa JH, em cinco jogos até agora, a média de gols baixou para 1,4 -na oitava posição. A defesa de Alvarez, em contrapartida, melhorou, passando da média de 1,3 gol sofrido por partida no ano passado para 1,2 este ano.
Dentro dessa nova filosofia, mesmo que Marcelinho pudesse jogar hoje, na partida que vai marcar o retorno de Ricardinho após dois jogos fora por causa da seleção brasileira, o técnico Alvarez disse que não mexeria no setor defensivo do meio-campo para acomodar os dois titulares.
""Se o Marcelinho voltasse, eu o colocaria no ataque, no lugar do Ewerthon, que está contundido. Andrezinho é quem deixaria, como deixará, a equipe para a volta de Ricardinho. Como Marcelinho foi vetado de novo pelo departamento médico do clube (pelo quarto jogo consecutivo, devido a uma contratura muscular na coxa direita), minha única dúvida na escalação contra o Botafogo está no ataque", disse o treinador.
Gil, Luiz Mário e Fernando disputam a vaga de Ewerthon, para formar dupla com Luizão, com a possibilidade de se revezarem.
""Estou feliz por estar agradando ao nosso técnico. Voltei à minha posição original, de volante, e me encontrei no time", afirmou Márcio Costa, que chegou a jogar de zagueiro e lateral no Corinthians.
Com a possível saída de Vampeta, ele vê a possibilidade de se firmar definitivamente na equipe.

NA TV - Globo, ao vivo, às 18h30



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