São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2000


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AUTOMOBILISMO

Crise da categoria se acentua com saída de Andretti e Vasser

Indy pode ficar sem americanos

DA REPORTAGEM LOCAL

Elkhart Lake realiza hoje a 14ª etapa da Indy, em meio a precipitação de uma crise da modalidade nos EUA. A temporada 2001 da categoria, originada no país, corre o risco de não contar com um único piloto norte-americano.
Este ano, apenas Jimmy Vasser, na Ganassi, e Michael Andretti, na Newman-Haas, disputaram todas as provas. Já Memo Gidley conseguiu vaga permanente na Della Penna após a corrida de Michigan, no mês passado, em substituição a Norberto Fontana.
Mas Andretti, 37, líder da temporada com 125 pontos, já anunciou a intenção de seguir para a IRL, liga rival da Indy, em 2001. O piloto sonha vencer as 500 Milhas de Indianápolis pela primeira vez.
Jimmy Vasser, 34, por sua vez, último norte-americano a conquistar o título da Indy, em 1996, não continuará na Ganassi. O proprietário da equipe, Chip Ganassi, quer renovar totalmente o time diante da transferência de Juan Pablo Montoya para a F-1.
A saída dos dois únicos norte-americanos com chances de vitória seria o grande problema da Cart (entidade que organiza a Indy) para promover a categoria nos EUA em 2001. A Indy já perde muito terreno para a Nascar, dominada pelos norte-americanos.
Andretti só fica na categoria caso consiga aumentar seus rendimentos. Poucas equipes teriam condições de bancar os ganhos do piloto, que deve receber US$ 10 milhões por cinco anos (1998-2002). Dirigentes da escuderia avisaram que não têm condições de pagar o que Andretti pediu.
Por outro lado, Gerald Forsythe, dono da equipe em que correm os canadenses Patrick Carpentier e Alexandre Tagliani, quer disputar a IRL. Andretti seria o nome preferido para seu cockpit.
Outra razão para o afastamento de Andretti seria o desgastante calendário anunciado para 2001, que prevê 22 provas.
A principal opção -caso Andretti realmente saia da Newman-Haas- não vem dos EUA: é o britânico Johnny Herbert, da Jaguar, que vai deixar a F-1.
O outro norte-americano, Jimmy Vasser, fez uma rescisão amigável com Chip Ganassi e irá sair da equipe um ano antes do vencimento do seu contrato.
"As relações na equipe têm sido um pouco amargas. Talvez tenha sido melhor assim", conforma-se.
Apesar de não ter equipe para 2001, Vasser ainda tem esperanças de conseguir algum carro. "Posso correr mais dois ou três anos. Pelo menos é o que desejo", disse o novo desempregado.
A crise é lamentada até pelos brasileiros, os maiores beneficiados com a decadência norte-americana nos últimos anos.
"Seria muito chato não ter norte-americanos. Mas os patrocinadores querem vitórias. Não adianta ter um norte-americano e andar lá atrás", analisa Hélio de Castro Neves, vencedor da prova de Mid-Ohio, semana passada.
Com isso, o público local pode ter que se conformar com uma categoria sem norte-americanos. Há esperanças de que Memo Gidley consiga firmar acordo com a Dela Penna. Especula-se também que Bryan Herta, após ter disputado algumas corridas este ano como piloto substituto, consiga lugar na Dale Coyne. Nada que possa animar o torcedor, já que as duas equipes devem lutar apenas para marcar alguns pontos.

NA TV - Directv (canal 363), ao vivo, às 15h



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