São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2004

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VÔLEI

Brasil segue invicto, mas não satisfaz Bernardinho

DO ENVIADO A ATENAS

O Brasil venceu mais uma, segue como única invicta do seu grupo, mas ainda não conseguiu satisfazer seu comandante.
A vitória de ontem sobre a Holanda, por 3 sets a 1 (25/22, 24/ 26, 25/21 e 25/19), mostrou uma seleção mais regular e totalmente recuperada da maratona contra a Itália, na terça-feira, mas expôs algumas falhas.
"Não estou totalmente descontente, mas não estou totalmente satisfeito. Cometemos erros de ataque que custaram o segundo set, mas mantivemos um certo controle, um certo domínio, um certo equilíbrio. Isso foi positivo", afirmou o técnico brasileiro.
Os jogadores, que haviam levado um susto ao perder um set diante da fraca Austrália na estréia, ficaram mais entusiasmados com o terceiro passo da "missão Atenas", como foi batizado pelo técnico o compromisso de voltar da Grécia com o ouro.
"O time entrou determinado desde o início. Foi bacana. É mais um degrau que se foi", declarou o oposto André Nascimento.
Depois de um confronto épico com a Itália (vitória por 3 a 2 na terça-feira), o Brasil encontrou mais facilidade diante da Holanda, cujo último grande feito no vôlei ocorreu há oito anos, com a medalha de ouro em Atlanta-96.
Quatro anos antes, a mesma Holanda havia perdido na final de Barcelona-92 para o Brasil, que assim ganhava um título inédito.
De uniforme branco pela primeira vez -atuara de amarelo contra Austrália e Itália-, o Brasil conseguiu mostrar que havia superado o desgaste emocional após o jogo contra os italianos -quase duas horas de confronto, com o set final, 33 a 31, durando mais de meia hora.
"A regularidade é uma característica do nosso time, que a gente não pode perder nunca. Tenho certeza de que essa consistência vai ser importante no desfecho desta Olimpíada", disse Nalbert.
Com a boa atuação do time, ele, após inflamar com sua raça a seleção na terça, pôde ser poupado.
O ponta, que quase não foi a Atenas por causa de uma operação no ombro, deixou o jogo com os italianos com fortes dores no pé esquerdo. Nalbert está fazendo fisioterapia, mas não preocupa.
Do banco, ele viu a seleção cometer erros desnecessários. "Ficamos ansiosos em querer parar o Schuil, e isso atrapalhou no ajuste do sistema de bloqueio e defesa. Se não me engano, ele fez 28 pontos", disse Bernardinho. Na realidade, foi mais. O atacante holandês, maior anotador da partida, fez 30 pontos.
André Nascimento, com 20, e Giba, com 19, foram os brasileiros mais eficientes.
Já o bloqueio brasileiro, que havia marcado 13 pontos contra a Itália, pouco funcionou ontem: foram somente quatro pontos.
A seleção volta a atuar amanhã, diante da Rússia. Na segunda-feira, encerra sua participação na primeira fase do torneio contra os EUA. (LUÍS CURRO)


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