São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2004

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FUTEBOL

Picadinho

MÁRIO MAGALHÃES
COLUNISTA DA FOLHA

Faz mal ao futebol o prolongado jejum da seleção principal da Argentina. Por isso, quando nossos vizinhos levam uma equipe competitiva e talentosa à Olimpíada, quem gosta do esporte não tem como não festejar. Não digo que torço só pelos argentinos porque metade do coração é dos paraguaios. Deve ser ainda o sentimento atávico de culpa pelo estrago na Guerra do Paraguai...

Que pena
A geração de Robinho e Diego estar longe da Grécia é de doer. Um fiasco que não se esquece.

Onda Felipão
Sem Scolari, que acabou ficando longe da equipe dos Jogos, Portugal foi eliminado de cara. Até na ausência cresce seu prestígio.

Deu certo
Não há mais dúvida: o quase meio ano em que a seleção feminina ficou treinando sob o comando de Renê Simões deu-lhe padrão e caráter de time. Foi uma aposta bem-sucedida da CBF, mesmo que haja tropeço à frente. Não lembra o bando que estava a anos-luz das antagonistas de primeira linha. Se superar o complexo de poodle diante dos EUA, tem chance de levar o ouro. Principalmente se Formiga continuar jogando para a equipe.

Novo rei
Quando Ronaldinho ainda não driblara o quarto dos cinco jogadores do Haiti que deixou para trás anteontem, a torcida local já se levantava na arquibancada a aplaudi-lo. Para a antologia, o gol e a celebração ao futebol brasileiro em Porto Príncipe.

Receita
Então está combinado: quando o governo dos EUA patrocinar a retirada na marra -ou seja, golpe- de algum governante constitucional de país pobre, é só chamar as tropas do Brasil. Que ainda manda seus craques para dar uma cobertura simpática. Tudo em nome da "paz" e da "ajuda humanitária".

Tiro no pé
Ao deixar Kaká, Dida e outros fora de uma partida das eliminatórias, pune-se a seleção, não os atletas. Parreira disse: "Isso é importante para que a CBF marque uma posição". Difícil acreditar que não tenha sido ordem da direção da entidade.

Plantação
Amigos de Ronaldo comemoraram nesta semana o acerto para o Fenômeno ficar no Real Madrid. Consideraram bem-sucedido o vazamento da ameaça de o atacante ir embora mais cedo do clube espanhol. Foi semanas atrás. Era jogo de cena.

Retrato em branco e preto
Nada ilustra melhor o Campeonato Brasileiro do que a Ponte Preta. Num inacreditável terceiro lugar, a dois pontos do líder, é um time violento e medíocre.

Judoca em branco e preto
No choro da derrota, Carlos Honorato mostrou dignidade e alma de campeão.

Ministro
O Ministério do Esporte deve uma informação, em nome da mais elementar transparência: quanto custou a viagem do ministro Agnelo Queiroz e de um auxiliar a Atenas? No maior transatlântico do mundo, o COB pagou diárias de mais de R$ 1.700 a seus convidados, conforme divulgou a entidade ao repórter Fábio Seixas. Agnelo diz que o Ministério bancou a sua estadia e a de um secretário. Por que um hotel (flutuante) tão caro, se os cartolas que ali estão passam o dia fora, assistindo a competições? Se o padrão for mesmo três estrelas, como sustenta o ministro a despeito do luxo do navio, é possível que sua pasta tenha registrado o recorde mundial de desperdício de dinheiro público numa hospedagem.

E-mail
mario.magalhaes@uol.com.br


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