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FUTEBOL
Quatro anos após viverem um êxtase, país e torneio expõem crise do mercado
Nem EUA salvam Mundial feminino de seu anticlímax
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Mundial feminino começa
hoje nos EUA destacando quase
60 recém-desempregadas.
A crise financeira que assola o
futebol masculino em todo o planeta não poupou as mulheres.
Cinco dias antes do início do
Mundial, a liga norte-americana
profissional anunciou seu fim.
Praticamente metade das seleções que atuarão no torneio da Fifa possuem jogadoras que trabalhavam na Wusa, principal liga feminina do mundo. Entre as desempregadas, estão as brasileiras
Daniela (San Diego Spirit) e Kátia
Cilene (San Jose Cyberrays).
O sonho de toda jogadora profissional era a Wusa, que empregava 375 pessoas. Algumas das
principais jogadoras do mundo,
que inclusive ajudaram a fundar a
liga há quatro anos, chegaram a
reduzir seus salários, mas não salvaram o eldorado da modalidade.
A média de público nos estádios
caiu de 8.000 para 6.700 na temporada passada da Wusa. Basicamente, duas multinacionais sustentavam a liga, que esperava oito
patrocinadores injetando US$ 2,5
milhões por ano para sobreviver.
Assim, o Mundial feminino, que
terá quatro jogos hoje, começa na
contramão da edição realizada há
quatro anos, também nos EUA.
Em 1999, em meio ao sucesso do
torneio, germinou a liga. Agora,
vê-se um anticlímax.
O evento, que foi tirado da China por causa da Sars (síndrome
respiratória aguda grave), será
transmitido nos EUA pelos canais
ESPN, ESPN2 e ABC Sports, como há quatro anos, mas com menos destaque. No Mundial-99, os
32 jogos foram exibidos ao vivo.
Agora, serão só 18 partidas.
Os EUA surgiram como alternativa para abrigar o torneio devido à popularidade do futebol feminino no país. A final entre EUA
e China há quatro anos foi o jogo
de futebol mais assistido pelos
americanos -teve audiência 4%
maior no país do que a obtida na
decisão da Copa-94, realizada nos
EUA e decidida por Brasil e Itália.
Há dúvidas se os índices de audiência serão os mesmos neste
Mundial. Mesmo a seleção anfitriã, favorita ao título, não é mais
garantia de sucesso. Com a Wusa
e um maior intercâmbio internacional, o futebol feminino evoluiu
em vários países, que hoje têm
condições de desafiar os EUA.
Além de Noruega, atual campeã
olímpica, e China, vice-campeã
mundial, França, Itália, Japão,
Coréia do Norte, Rússia, Canadá,
Austrália e Argentina melhoraram, ocupam hoje boas posições
no ranking da Fifa e esperam um
bom resultado no Mundial.
O Brasil, que foi às semifinais do
Mundial-99 e do torneio olímpico
em Sydney, superou a Argentina
com dificuldade no qualificatório
(3 a 2) e é ainda uma incógnita.
NA TV - Noruega x França, na
ESPN Brasil, ao vivo, às 13h
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