São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006

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no garrafão

Brasil joga hoje esperança de pódio

Após 12 anos de seu único título, seleção feminina pega República Tcheca em jogo que dá vaga em semifinal do Mundial

"Temos que fazer um jogo físico. As pivôs delas não gostam de contato", diz Alessandra, sobre a receita para bater campeã européia


ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina chega à reta decisiva do Mundial de basquete tentando voltar ao pódio após 12 anos. E contra um rival que busca resgatar tradição ainda mais antiga. Hoje, o Brasil enfrenta a República Tcheca, campeã do Europeu-05. O vencedor faz semifinal contra o ganhador de Austrália x França, que duelam às 17h30.
O time nacional não conquista medalha em Mundiais desde que desbancou a hegemonia americana, em 1994. Junto aos EUA e à ex-União Soviética, o Brasil é um dos três países que ergueram a taça na história.
Porém, desde então, colecionou frustrações. Obteve o quarto lugar, em 1998, e a sétima colocação, quatro anos depois.
Com time experiente -média de 28 anos, o mais velho entre os que ainda estão na disputa- e atuando em casa, a tarefa pode se tornar menos árdua.
"Desde que voltei a trabalhar na seleção, em 1997, este é o melhor grupo que tive em mãos", define o técnico do Brasil, Antonio Carlos Barbosa.
A República Tcheca, contudo, não é o adversário dos sonhos. O Brasil tentou, em primeiro lugar, fugir dos EUA, favoritos ao título. Conseguiu. E também de tchecas e russas. Mas a estratégia não deu resultado devido a marmelada francesa, que sucumbiu ante a China, evitando as brasileiras.
Da seleção, Iziane e Cíntia Tuiú já atuaram no Gambrinus Brno, da República Tcheca, e Alessandra defendeu o Ruzomberok, da vizinha Eslováquia.
"Temos que fazer um jogo físico. As pivôs delas não gostam de contato", afirma Alessandra.
Pivôs que, segundo o técnico rival, são um dos pontos fortes de sua equipe. "Todo nosso jogo é baseado na altura, essa é a nossa grande vantagem sobre as demais equipes do Mundial", explica Jan Bobrovsky. Seis jogadoras têm 1,90 m ou mais.
A República Tcheca disputa seu primeiro Mundial e quer voltar a brilhar. Quando ainda formava a Tchecoslováquia, o país disputou oito vezes o torneio. Chegou às semifinais em todos. Por duas vezes foi vice-campeã (1964 e 1971), perdendo a final para as soviéticas. Também levou quatro bronzes.
E, do atual elenco, há quem se espelha na época dourada. É o caso de Zuzana Klimesova, 27, que atua no exterior -joga no Arras (França). "Minhas maiores inspirações são meu pai, minha mãe e meu tio", conta a pivô. Sua mãe, Dana Ptackova, foi bronze no Mundial-75 e quarta nos Jogos de Montréal-76, quando o basquete feminino estreou na Olimpíada. Vlastibor Klimes, o pai, disputou os Mundiais de 78 e 82 e os Jogos de Moscou-80.
Forjar nova tradição, porém, não é tarefa fácil. "Queremos manter esse retrospecto de vitórias, mas o Brasil é um time forte e joga em casa", pondera.
Em contraste com o Brasil, a República Tcheca tem a base da seleção atuando no país e em dois clubes: Gambrinus Brno, campeão da Euroliga-06, e USK Praga. O primeiro é dirigido pelo técnico da seleção. O segundo, pelo assistente, Lubor Blazek. O grupo é o segundo mais jovem entre os oito quadrifinalistas -24,6 anos.
"É importante elas jogarem no mesmo clube porque isso cria padrão técnico na seleção. O trabalho de clube e seleção se complementa", analisa Blazek.


NA TV - Brasil x República Tcheca
Globo, ESPN Brasil e Sportv 2, ao vivo a partir das 15h15



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