São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2011

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Sem casa, times de MG agonizam

SÉRIE A
Trio mineiro sofre por atuar no interior e faz pior campanha na era dos pontos corridos

RODOLFO STIPP MARTINO

DE SÃO PAULO

RAFAEL VALENTE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sem jogos em Belo Horizonte, o futebol mineiro amarga em 2011 a sua pior participação na era dos pontos corridos do Brasileiro.
No momento, Cruzeiro, Atlético-MG e América-MG lutam contra o rebaixamento.
A média de pontos dos times nestas 24 rodadas é 24. O pior desempenho no período tinha sido em 2004 e 2005 -média de 31 pontos.
Segundo dirigentes dos clubes de Minas, a situação tem ligação direta com o fato de os clubes não poderem jogar em seus estádios.
O Mineirão, casa de Atlético e Cruzeiro, está em reforma para a Copa-14. Já o Independência, arena do América, seria reformado para substituir o Mineirão, mas continua em obras. Por isso, os times têm mandado partidas no interior do Estado.
Diretor de futebol do Atlético, Eduardo Maluf reclama de jogar fora da capital.
"[A má campanha atleticana] se deve 60% ao fator mando de campo e 40% ao time, que não se encontrou", comentou Maluf, que trabalhou por 12 anos no Cruzeiro.
Ele comparou o perfil da torcida do interior com o da de Belo Horizonte. "O torcedor do interior é mais de assistir ao jogo, e o da capital é aquele que se considera o 12º jogador. O time sente isso."
No ano passado, o Cruzeiro lutou pelo título e pouco usou o Mineirão -foram apenas três partidas. Mesmo assim, o gerente de futebol do clube, Valdir Barbosa, apontou que o time sentiu muita falta do estádio, apesar da boa campanha em campo.
"Sem o Mineirão, nós tivemos prejuízos técnicos e financeiros. Não fomos campeões por dois pontos [o Fluminense acabou o Brasileiro-2010 com 71 pontos contra 69 do Cruzeiro]. Se jogássemos em casa, acredito que teríamos sido campeões."
Sobre o desempenho neste ano, o cartola admitiu que o time precisa superar outras pedras em seu caminho.
"Além do fator mando de campo, temos que ser realistas e levar em conta que a venda de alguns jogadores, por força de contrato, por causa de parcerias, também pesou", admitiu Barbosa.
O América, sem o Independência, conseguiu subir para a Série A no ano passado. Agora, encontra dificuldades para se manter na elite sem poder jogar na capital.
"Sete Lagoas abriu as portas para nos receber, mas não é a mesma coisa. Também jogamos em Uberlândia. O reflexo é dentro de campo. É o segundo ano seguido [sem jogos na capital mineira]", reclamou Alexandre Matto, diretor de futebol do América.
"No primeiro momento, dá a sensação de que é uma coisa de improviso. Mas, agora, estamos no segundo ano e o desgaste, as viagens e o lado financeiro começam a pesar mais. É uma bola de neve", completou o dirigente.


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