São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2011

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LOS GRINGOS

JUAN PABLO VARSKY

Tudo pode acontecer


Com em 2008, a Argentina, com Nalbandian e Del Potro, decide contra a Espanha na Copa Davis

ARGENTINA CONTRA Espanha. Final da Copa Davis de 2008. Jogando em casa e como favoritos. Eles sem Nadal, nós com Nalbandian e Del Potro. Perder era quase impossível. Mas saiu tudo errado. Houve discussões sobre premiação, a equipe terminou definida por motivos políticos, houve confronto de egos, a série foi mal preparada, o adversário foi subestimado, os argentinos falaram demais.
E o inesperado aconteceu. Feliciano López e Fernando Verdasco obtiveram três vitórias em Mar del Plata e ergueram o troféu. "Nunca mais surgirá uma oportunidade como essa" foi o comentário mais repetido. Surgia o antagonismo entre Nalbandian e Del Potro, alimentado pela imprensa.
Após três anos de lesões e ciúmes, os dois voltaram a estar juntos na equipe argentina, jogando fora de casa e contra a Sérvia, uma missão quase impossível. Mas Novak Djokovic só chegou à Sérvia à meia-noite de quarta-feira, vitorioso no Aberto dos EUA, mas dolorido, cansado e de ressaca. Viktor Troicki não foi rival à altura para Nalbandian. Com sólido jogo de fundo, ele neutralizou o saque do sérvio e venceu com autoridade. E a série se tornou menos impossível.
Em seguida, foi a vez de Del Potro. Janko Tipsarevic só aguentou por uma hora. O serviço de Juan ditou o tempo da partida. Com índice de acerto de 69% no primeiro saque, ganhou 26 de seus 42 games vitoriosos sacando (com 11 aces). Os dois craques celebraram com um "high five". Mas dificilmente se pode dizer que são amigos.
No sábado, Juan Ignacio Chela e Juan Mónaco caíram nas duplas. Com a ajuda de Troicki, Nenad Zimonjic deu uma verdadeira aula de saque, devolução e voleios. A desvantagem sérvia (2 a 1) forçou Djokovic a participar da série, mesmo com dor nas costas e com o risco de que não conseguisse terminar o jogo. O melhor do mundo fez o possível para vencer. Mas do outro lado estava Del Potro, que jogava melhor ainda. Com assombroso nível de concentração, saque agressivo e um jogo de fundo sem erros, o argentino mostrou do que é feito.
Argentina contra Espanha. Final de 2011. Não haverá discussão sobre prêmios ou escolha da sede, tampouco choque de egos, rivais subestimados ou retórica exagerada. Será fora de casa. Eles com Nadal, invencível nas quadras de saibro e com retrospecto de 18 vitórias e uma derrota na Davis (perdeu só em 2004). A vitória parece quase impossível. Mas, com Nalbandian e Del Potro, como em Mar del Plata e Belgrado, tudo pode acontecer.

Tradução de PAULO MIGGLIACI


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