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FUTEBOL NO MUNDO
Anticlímax
RODRIGO BUENO
Os interclubes europeus começaram sob a sombra de uma
poderosa Superliga, embrionário torneio dos sonhos. O grito
de independência dos gigantes
clubes da Europa, porém, não
ecoou devidamente em campo.
Da primeira rodada da Copa
dos Campeões, competição que
mais se aproxima da Superliga,
apenas um dos supertimes saiu
vitorioso, o Real Madrid. Mesmo assim, a equipe espanhola
ganhou de outro clube que está
na lista dos fundadores da Superliga, a Inter de Milão.
Nos confrontos entre supertimes e equipes comuns, vantagem clara dos mais modestos.
O Bayern de Munique perdeu
de 2 a 1 do Brondby. O time
dinamarquês, aliás, lidera o
Grupo D, que abriga outros dois
sócios do novo torneio, o Barcelona e o Manchester United.
O alemão Kaiserslautern derrotou por 1 a 0 o Benfica. O
mais tradicional time português é o único clube do Grupo F
nas reuniões da Superliga. E é
também o lanterna da chave.
Os poderosos Ajax, Arsenal e
Juventus, outros mentores do
novo torneio, não passaram de
empates com os razoáveis Croatia Zagreb, Lens e Galatasaray.
Esses resultados iniciais não
expõem as fraquezas desses supertimes, que são gigantes mesmo, mas dão a idéia de que a
superioridade deles se dá muito
mais no plano econômico.
Mesmo com crise financeira, o
russo Spartak brilha no grupo
de Real e Inter. Mesmo valendo
mais de US$ 1 bilhão, o Manchester está atrás do Brondby.
Sobre economia, aliás, é curioso constatar que a maioria
dos clubes que deverão formar
a Superliga ainda não está nas
mãos de grupos milionários.
Ou pertencem a pequenos
grupos privados, como o Liverpool, ou a seus sócios, como o
Barcelona, ou a tradicionais famílias, como a Juventus.
Clubes que estão nas mãos de
grandes grupos, como o Milan,
de Berlusconi, e o Paris SG, do
conglomerado Vivendi, nem na
Copa dos Campeões estão.
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