São Paulo, domingo, 20 de setembro de 1998

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FUTEBOL NO MUNDO
Anticlímax

RODRIGO BUENO
Os interclubes europeus começaram sob a sombra de uma poderosa Superliga, embrionário torneio dos sonhos. O grito de independência dos gigantes clubes da Europa, porém, não ecoou devidamente em campo.
Da primeira rodada da Copa dos Campeões, competição que mais se aproxima da Superliga, apenas um dos supertimes saiu vitorioso, o Real Madrid. Mesmo assim, a equipe espanhola ganhou de outro clube que está na lista dos fundadores da Superliga, a Inter de Milão.
Nos confrontos entre supertimes e equipes comuns, vantagem clara dos mais modestos.
O Bayern de Munique perdeu de 2 a 1 do Brondby. O time dinamarquês, aliás, lidera o Grupo D, que abriga outros dois sócios do novo torneio, o Barcelona e o Manchester United.
O alemão Kaiserslautern derrotou por 1 a 0 o Benfica. O mais tradicional time português é o único clube do Grupo F nas reuniões da Superliga. E é também o lanterna da chave.
Os poderosos Ajax, Arsenal e Juventus, outros mentores do novo torneio, não passaram de empates com os razoáveis Croatia Zagreb, Lens e Galatasaray.
Esses resultados iniciais não expõem as fraquezas desses supertimes, que são gigantes mesmo, mas dão a idéia de que a superioridade deles se dá muito mais no plano econômico.
Mesmo com crise financeira, o russo Spartak brilha no grupo de Real e Inter. Mesmo valendo mais de US$ 1 bilhão, o Manchester está atrás do Brondby.
Sobre economia, aliás, é curioso constatar que a maioria dos clubes que deverão formar a Superliga ainda não está nas mãos de grupos milionários.
Ou pertencem a pequenos grupos privados, como o Liverpool, ou a seus sócios, como o Barcelona, ou a tradicionais famílias, como a Juventus.
Clubes que estão nas mãos de grandes grupos, como o Milan, de Berlusconi, e o Paris SG, do conglomerado Vivendi, nem na Copa dos Campeões estão.



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