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BASQUETE
Equipe de Santo André treina com versões diferentes e tentará obter vantagem prática nas partidas em casa
Estadual feminino tem mistura de bolas
LUÍS CURRO
da Reportagem Local
Um dos principais elementos do
jogo de basquete, a bola, virou arma estratégica de uma das equipes
do Estadual feminino.
Com sete equipes participantes,
o campeonato ainda está em seu
início, mas a Arcor/Santo André,
uma das favoritas ao título, já faz
planos para levar vantagem extra
sobre as adversárias.
A Arcor está usando nos treinos
três tipos diferentes de bolas, na
opinião das atletas -todas fabricadas pela Penalty, fornecedora
do Estadual, que nega disparidade
entre seus produtos (leia texto
nesta página).
Uma delas é a versão 4.1, cor laranja, também utilizada nos treinamentos das demais equipes.
A segunda é uma nova versão, a
5.1, de cor laranja, que por enquanto nenhuma outra equipe
além do Arcor possui, conforme
apurou a Folha.
A terceira bola é também 5.1,
mas nas cores vermelha, branca e
azul, encaminhada pela FPB (Federação Paulista de Basquete) para
todos clubes testarem.
Caso seja aprovado, esse modelo
pode ser usado futuramente.
Recentemente lançada, a versão
5.1 laranja só chegou a Santo André porque a Arcor foi a única
equipe a solicitar uma remessa nova de bolas ao fornecedor.
"A maior parte das bolas antigas, todas do modelo 4.1, estava
vazando nas emendas", justificou
Adão Pereira, diretor de esportes
da Arcor.
Comparando-se as duas versões,
aparentemente não há diferenças
de tamanho ou peso. Mas as atletas da Arcor asseguram que a versão nova (laranja) é mais pesada.
"Quem não está acostumado
não sente, mas a 5.1 é mais pesada.
Dá para sentir claramente na hora
do arremesso", declarou a ala Janeth Arcain, 29, bicampeã na
WNBA (versão feminina da NBA),
cuja bola é menor e mais leve do
que as utilizadas no Brasil.
"A 5.1 é bem mais pesada e um
pouco maior, e a 4.1 encaixa mais
na mão, por isso prefiro ela",
acrescentou a armadora Helen
Luz, 25, criticando a nova versão.
O que mais impressiona é que,
segundo as mesmas jogadoras, a
versão colorida da 5.1 é diferente
da laranja. "A colorida é mais leve, lembra a 4.1", disse Helen.
Toni Chakmati, vice-presidente
da FPB, concordou que a 5.1 é
mais pesada, "devido à melhoria
da qualidade do couro".
"Mas tanto faz jogar com uma
ou com outra. As duas estão dentro das especificações e são oficiais. Não há o que reclamar",
acrescentou ele.
De acordo com a FPB (Federação Paulista de Basquete), os árbitros têm autonomia e responsabilidade para decidir se a bola escolhida está apta para a partida.
Chakmati disse que uma bola está em condições quando, "solta a
uma altura de 1,80 m, sobe, após o
quique, a uma altura entre 1,20 m
e 1,40 m".
A treinadora da Arcor, Lais Aranha, tentará tirar vantagem prática, principalmente quando jogar
em Santo André. "Antes das partidas em casa, treinaremos com a
5.1, que só nós temos, e jogaremos
com ela. Fora, praticaremos com a
4.1, que será a bola do jogo."
"Como faz diferença, temos
mesmo que utilizar a bola que nos
favorece", apoiou Helen.
O oposto já aconteceu com a Arcor, que treinou com a 5.1 antes de
enfrentar o Toledo, em Araçatuba,
no último dia 4.
"Eles usaram a 4.1 e sentimos a
diferença", disse Adão Pereira.
"Com peso diferente, saem "air
balls'. A bola passa direto pela cesta", afirmou Helen. Favorita disparada naquele jogo, a Arcor venceu por apenas três pontos.
"Tinha que se ter definido bem
antes do campeonato, para todo
mundo estar preparado da mesma
forma", afirmou Janeth.
A próxima partida da equipe no
Estadual está marcada para dia 30,
em Santo André, contra a Unimed/Ourinhos -que marca a volta dos dois times ao Estadual, interrompido nesta semana por causa dos Jogos Abertos do Interior.
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