São Paulo, domingo, 20 de setembro de 1998

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BOXE
Norte-americano derrota ídolo mexicano por nocaute técnico no 8º assalto e mantém cinturão dos meio-médios
De la Hoya põe fim a rixa com Chávez

da Reportagem Local

O campeão dos meio-médios pelo CMB (Conselho Mundial de Boxe), Oscar de la Hoya, 25, pôs um ponto final na rivalidade com Júlio César Chávez, 36, quando o mexicano não retornou para o nono assalto, na madrugada de ontem.
Foi a segunda vez que os lutadores se enfrentaram. Em junho de 96, De la Hoya derrotou Chávez, por nocaute técnico no quarto assalto, quando o árbitro interrompeu o combate por causa de um corte, que sangrava abundantemente, no supercílio do mexicano.
Chávez vinha afirmando que se não fosse o machucado, o resultado teria sido diferente. De la Hoya retrucou afirmando que após a revanche, Chávez passaria a demonstrar o respeito que merecia.
O combate de ontem, disputado no Thomas and Mack Center, em Las Vegas (EUA), seguiu a mesma linha desde os assaltos iniciais, com exceção do primeiro, quando os lutadores apenas se estudaram e quase não se tocaram.
Embora o adversário tivesse uma envergadura maior e parecesse mais adaptado ao peso -o combate anterior havia sido disputado entre os meio-médios-ligeiros, uma categoria de peso abaixo dos meio-médios-, Chávez foi o agressor durante a luta.
Em várias oportunidades o mexicano acertou cruzados de direita no rosto do campeão. Mas os golpes saíam descoordenados e não acertavam De la Hoya com potência suficiente para abalá-lo.
De la Hoya, por sua vez, exibia maior mobilidade, rapidez e precisão nos golpes. Chávez, no entanto, também não parecia sentir os socos do "garoto de ouro".
Um golpe baixo de Chávez, no terceiro assalto, irritou De la Hoya. No sexto assalto, o campeão acertou rápida combinação de golpes que fez Chávez, que foi salvo pelo gongo, bambear e dar alguns passos para trás.
O legendário ídolo mexicano voltou a bambear nos momentos finais do oitavo assalto, no qual vinha apresentando maior volume de golpes, quando foi atingido por outra potente sequência.
Chávez, sangrando pela boca, não teve força suficiente para retornar para o nono assalto. O árbitro norte-americano Richard Steele decretou o nocaute técnico.
A estratégia adotada por De la Hoya, que mostrou muito jogo de pernas, mas sem muita ofensividade, confirma as últimas declarações do campeão que disse estar "privilegiando a paciência, a verdadeira marca dos campeões".
Após o combate, Chávez enfim reconheceu a superioridade do adversário ao cumprimentar e abraçar o campeão, que continua invicto, agora em 29 combates, 24 deles definidos por nocaute.
O veterano pugilista mexicano acumula agora 101 vitórias, 84 delas por nocaute, contra 2 derrotas e 2 empates. (EO)


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