São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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AUTOMOBILISMO

Grid de largada de Interlagos, no domingo, será o 1º da categoria desde 1967 sem um francês

"Rei do GP Brasil", Prost ressurge para salvar pátria na F-1

FÁBIO SEIXAS
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Não haveria chance melhor. No cenário em que ainda é rei, o GP Brasil, e às vésperas da primeira prova em 37 anos sem um piloto francês, Alain Prost voltou à cena como o salvador. Da sua pátria.
Afastado da F-1 há três anos, desde a falência de sua escuderia, o tetracampeão foi o assunto ontem em Interlagos. Isso por conta de uma reportagem que será publicada na "Autosport".
A principal revista do automobilismo aponta Prost como o maior candidato à vaga de Flavio Briatore na Renault. O diretor da equipe francesa deve deixar o cargo em 2005. E o ex-piloto viria a calhar. Se não por sua duvidosa capacidade administrativa, para levantar a auto-estima do país.
Em Interlagos, pela primeira vez desde o GP do Canadá de 1967, a França não terá nenhum piloto no grid -Olivier Panis, 38, se aposentou há duas semanas.
Como que para aumentar o drama, isso ocorre justamente numa corrida já dominada pelos franceses. Eles venceram oito das 31 edições do GP Brasil, seis vezes com Prost (82, 84, 85, 87, 88, 90), recorde, uma com Jacques Laffite (79) e outra com René Arnoux (80).
Os pilotos brasileiros somam sete triunfos em casa, com Emerson Fittipaldi (73 e 74), Nelson Piquet (83 e 86), Ayrton Senna (91 e 93) e José Carlos Pace (75).
"O Prost voltar à F-1 não seria uma enorme surpresa. Ele já mostrou que não é um líder, não é um homem de negócios, mas é inquestionável que ele sabe tudo do ponto de vista técnico e que poderia ajudar a Renault", afirmou à Folha Pierre Dupasquier, diretor da Michelin, fornecedora de pneus da Renault e hoje a principal figura francesa da categoria.
Depois que se aposentou como piloto, em 93, Prost, arqui-rival de Senna, trabalhou como comentarista de TV até comprar a Ligier, em 97. Sem conseguir grandes resultados, a Prost Grand Prix disputou cinco Mundiais até parar, quebrada, em 2001. O ex-piloto, então, voltou trabalhar na TV.
Na história, 66 franceses já passaram pela F-1 -desconsiderados os americanos que só corriam em Indianápolis na década de 50, apenas Reino Unido (155) e Itália (95) tiveram mais força. E houve vários momentos de glória. Como no GP da França de 82, quando os quatro primeiros eram pilotos da casa. Em duas ocasiões, nove franceses alinharam no grid.
Mas a realidade do GP de domingo é bem diferente. Das 200 toneladas de equipamentos em Interlagos, não há nenhuma bandeira francesa. Não há por quê.


GP BRASIL DE F-1 Onde: autódromo de Interlagos. Quando: treinos na sexta, às 11h, no sábado, às 8h, e GP no domingo, às 14h. Quanto: de R$ 150 a R$ 1.550. Onde comprar: tel. 0/xx/11/3329-4686.


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