São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Diante de maior rival, Diego tenta ser bi no Mundial

Brasileiro rivaliza com o romeno Dragulescu, que é dono de 2 ouros no solo e leva vantagem no duelo direto neste ano

Caso vença na Dinamarca, atleta paulista irá superar Daiane dos Santos no posto de principal ginasta de todos os tempos no país

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Menos de um ano após ter colocado o Brasil no mapa da ginástica artística, Diego Hypólito volta a uma final de solo no Mundial para entrar de vez para a história do esporte.
Caso conquiste hoje o bicampeonato mundial, o ginasta paulista se transformará no maior nome da ginástica brasileira em todos os tempos, posto que é hoje de Daiane dos Santos. Cada um detém um ouro em Mundiais, mas a gaúcha leva vantagem por ter feito uma final olímpica e ter mais ouros na Copa do Mundo (9 a 8).
"Seria uma honra chegar a esse ponto. Mas não penso nisso, quero só fazer uma boa competição e acertar a série. Sei que, se fizer isso, a vitória estará mais próxima", diz Diego, que em 2005 faturou seu primeiro título mundial no solo, em Melbourne (Austrália).
Mas a missão do brasileiro não será nada fácil, já que ele terá pela frente seu maior rival nos últimos anos: o romeno Marian Dragulescu, que tirou a nota mais alta na 1ª fase e busca seu terceiro título no aparelho.
"Ele é bom e, com certeza, o rival mais difícil de ser batido hoje. O fato de atuar antes dele será importante, porque, se eu for bem, a responsabilidade dele será maior e o nervosismo pode atrapalhá-lo", fala o brasileiro, que será o segundo a entrar no tablado do NRGi Arena.
Contudo o duelo não será o primeiro entre eles neste ano, já que Dragulescu bateu Diego na etapa da Copa do Mundo em Lyon, em março. Em Mundiais, no solo, a disputa de hoje marcará um desempate, já que cada um ostenta uma vitória, a do romeno em Drebecen-02 e a do brasileiro em Melbourne-05.
Mas o desafio de Diego não ficará restrito a Dragulescu. Na final, ainda estão o búlgaro Jordan Jovtche (ouro em Gent-01 e Anaheim-03), o espanhol Gervasio Deferr (prata em Tianjin-99) e o canadense Kyle Shewfelt (bronze em Anaheim-03), além do chinês Kai Zou, do israelense Alexander Shatilov e de outro espanhol, Isaac Perez.
"Minha série pode chegar até 16,70, caso eu não erre. Então, não tenho muito que me preocupar com os outros. Devo fazer a minha parte", afirma Diego, que tirou 16,025 na 1ª fase, 0,225 a menos que Dragulescu.
O paulista diz que estar recuperado da contusão que sofreu no Brasileiro, em agosto, quando tentou executar o elemento que leva seu nome, um duplo twist carpado com pirueta.
Agora, porém, Diego irá preterir o movimento, o qual, diz ele, requer mais tempo de treino para para ser levado à apresentação com segurança. Apesar disso, o atleta se diz mais seguro do que nos últimos anos. "Este é um Mundial diferente. Em 2003, competi à base de antiinflamatórios. Em 2005, estreei dois pinos de titânio no pé. Agora, estou normal."
A competição não deve durar mais de 15 minutos, já que cada atleta tem 70s para executar sua série, que, diferentemente das mulheres, não tem música.
Amanhã, o brasileiro volta a atuar, agora na final do salto.


Texto Anterior: Itália: Siena perde ponto por problemas fiscais
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.