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rotina
Hamilton, de novo, é poupado
Pela sétima vez no ano, inglês envolve-se em polêmica sobre regulamento em treino, mas sai ileso
Homem forte da F-1, Bernie Ecclestone diz que quer campeonato decidido na última curva do GP Brasil; grid vai ser definido hoje
FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pista molhada, Ferrari na
frente, asfalto seco, domínio da
McLaren, piloto investigado,
especulação, polêmica, piloto
punido-para-inglês-ver, Mundial equilibrado, aberto, escancarado até o último momento.
É a história da temporada
que termina neste final de semana. E, com forte sentimento
de déjà vu, o roteiro vivido por
Interlagos, ontem, na abertura
dos treinos para o GP Brasil.
Mais rápido do dia, Lewis
Hamilton experimentou momentos tensos no meio da tarde. O motivo: foi chamado à
torre de controle para explicar
aos comissários o porquê de ter
usado dois jogos de pneus de
chuva na primeira sessão, o que
é proibido pelas regras da F-1.
O artigo 25.3 do regulamento
esportivo é claro na proibição.
Mas não estipula a pena. O que
deu margem a todo tipo de interpretação até a FIA (entidade
máxima do automobilismo) se
pronunciar oficialmente.
O veredicto veio só no fim da
tarde, e foi simpático a Hamilton e a outros dois pilotos que
cometeram a mesma infração:
Jenson Button e Takuma Sato.
McLaren, Honda e Super
Aguri, respectivamente as
equipes dos três, foram multadas em 15 mil (R$ 38,7 mil). E
cada piloto perdeu um jogo de
pneu de chuva para o resto do
fim de semana. Informação importante: a meteorologia indica
tempo seco hoje e amanhã.
Ou seja, os três saíram ilesos.
"É um erro fácil de cometer.
Há tantas regras... Foi um erro
bobo, que não me deu vantagem nenhuma para o fim de semana. A equipe está fazendo
um trabalho muito bom, essas
coisas acontecem", afirmou
Hamilton, ao saber do teor da
decisão dos comissários.
Talvez por já esperar algo assim, Fernando Alonso não estava em Interlagos quando a
FIA deu o veredicto. As reações
ficaram por conta da imprensa
espanhola, em pé de guerra
com a McLaren, que acusa o time de favorecer o inglês. "Hamilton volta a se livrar", dizia o
site do "Marca", principal diário esportivo da Espanha.
Foi pelo menos a sétima vez
nesta temporada que Hamilton
esteve envolvido em polêmica
com o regulamento. Nas sete
vezes, saiu sem prejuízos.
A mais recente absolvição de
Hamilton veio no mesmo dia
em que Bernie Ecclestone, homem forte da F-1, louvou a dureza da batalha pelo título. "O
Mundial está ótimo. Quero que
o campeonato seja decidido na
última curva da última volta",
disse o dirigente à Folha.
Talvez não chegue a tanto.
Mas é com este clima de polêmica que Interlagos assiste hoje à definição do grid para o GP
derradeiro da temporada mais
apertada dos últimos 21 anos.
O treino oficial em Interlagos acontece às 14h (de Brasília). Antes, às 11h, ocorre o terceiro e último treino livre.
Desde 1986, a categoria não
chegava a uma última etapa
com três pilotos na luta pelo título. Naquela ocasião, os envolvidos eram o inglês Nigel Mansell, o francês Alain Prost e o
brasileiro Nelson Piquet. E o
francês acabou com a taça.
Líder do campeonato, com
107 pontos, Hamilton pode ser
campeão até com um segundo
lugar. Para Alonso, com 103, a
conta mais fácil é vencer a prova e torcer para o inglês chegar
no máximo em terceiro. Para o
ferrarista Kimi Raikkonen,
100, a missão é inglória: só resultados desastrosos dos dois
outros lhe dão o Mundial.
NA TV - Treino oficial para o GP Brasil
Globo, ao vivo, às 14h
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