São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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rotina

Hamilton, de novo, é poupado

Pela sétima vez no ano, inglês envolve-se em polêmica sobre regulamento em treino, mas sai ileso

Homem forte da F-1, Bernie Ecclestone diz que quer campeonato decidido na última curva do GP Brasil; grid vai ser definido hoje

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pista molhada, Ferrari na frente, asfalto seco, domínio da McLaren, piloto investigado, especulação, polêmica, piloto punido-para-inglês-ver, Mundial equilibrado, aberto, escancarado até o último momento.
É a história da temporada que termina neste final de semana. E, com forte sentimento de déjà vu, o roteiro vivido por Interlagos, ontem, na abertura dos treinos para o GP Brasil.
Mais rápido do dia, Lewis Hamilton experimentou momentos tensos no meio da tarde. O motivo: foi chamado à torre de controle para explicar aos comissários o porquê de ter usado dois jogos de pneus de chuva na primeira sessão, o que é proibido pelas regras da F-1.
O artigo 25.3 do regulamento esportivo é claro na proibição. Mas não estipula a pena. O que deu margem a todo tipo de interpretação até a FIA (entidade máxima do automobilismo) se pronunciar oficialmente.
O veredicto veio só no fim da tarde, e foi simpático a Hamilton e a outros dois pilotos que cometeram a mesma infração: Jenson Button e Takuma Sato.
McLaren, Honda e Super Aguri, respectivamente as equipes dos três, foram multadas em 15 mil (R$ 38,7 mil). E cada piloto perdeu um jogo de pneu de chuva para o resto do fim de semana. Informação importante: a meteorologia indica tempo seco hoje e amanhã.
Ou seja, os três saíram ilesos.
"É um erro fácil de cometer. Há tantas regras... Foi um erro bobo, que não me deu vantagem nenhuma para o fim de semana. A equipe está fazendo um trabalho muito bom, essas coisas acontecem", afirmou Hamilton, ao saber do teor da decisão dos comissários.
Talvez por já esperar algo assim, Fernando Alonso não estava em Interlagos quando a FIA deu o veredicto. As reações ficaram por conta da imprensa espanhola, em pé de guerra com a McLaren, que acusa o time de favorecer o inglês. "Hamilton volta a se livrar", dizia o site do "Marca", principal diário esportivo da Espanha.
Foi pelo menos a sétima vez nesta temporada que Hamilton esteve envolvido em polêmica com o regulamento. Nas sete vezes, saiu sem prejuízos.
A mais recente absolvição de Hamilton veio no mesmo dia em que Bernie Ecclestone, homem forte da F-1, louvou a dureza da batalha pelo título. "O Mundial está ótimo. Quero que o campeonato seja decidido na última curva da última volta", disse o dirigente à Folha.
Talvez não chegue a tanto. Mas é com este clima de polêmica que Interlagos assiste hoje à definição do grid para o GP derradeiro da temporada mais apertada dos últimos 21 anos.
O treino oficial em Interlagos acontece às 14h (de Brasília). Antes, às 11h, ocorre o terceiro e último treino livre.
Desde 1986, a categoria não chegava a uma última etapa com três pilotos na luta pelo título. Naquela ocasião, os envolvidos eram o inglês Nigel Mansell, o francês Alain Prost e o brasileiro Nelson Piquet. E o francês acabou com a taça.
Líder do campeonato, com 107 pontos, Hamilton pode ser campeão até com um segundo lugar. Para Alonso, com 103, a conta mais fácil é vencer a prova e torcer para o inglês chegar no máximo em terceiro. Para o ferrarista Kimi Raikkonen, 100, a missão é inglória: só resultados desastrosos dos dois outros lhe dão o Mundial.


NA TV - Treino oficial para o GP Brasil
Globo, ao vivo, às 14h



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