São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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RÚGBI

África dá adeus a apartheid particular

ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Assim que acabar o jogo de hoje contra a Inglaterra, válida pela final da Copa do Mundo de rúgbi da França, o esporte mais popular da África do Sul sofrerá reviravolta. E o resultado do duelo em Saint-Denis pouco importa.
Imune à transformação política do país desde a redemocratização, em 92, o rúgbi sul-africano viverá sua própria revolução. Pela primeira vez, a equipe (campeã mundial em 1995) será conduzida por um treinador negro, como negra é 90% da população.
A ascensão de Peter de Villiers ao comando do time, um dos melhores do esporte, virá acompanhada de um sistema de cotas que vai garantir aos jogadores não brancos dez postos (entre 30 convocados) a partir de 2008.
Do elenco deste Mundial, só sete atletas não têm ascendência africâner (holandesa) ou britânica, nações que disputaram a colonização do país. Mas só dois negros são titulares absolutos. Um deles, o ponta Bryan Habana, precisa de um try (jogada máxima do rúgbi, quando a bola é levada à linha de fundo) para virar o maior artilheiro de uma Copa.
O duelo com os ingleses, atuais campeões mundiais, remete à própria história do rúgbi sul-africano.
Foi um professor inglês que introduziu a modalidade na região, em 1860.
Confinados em campos de concentração, os africâners jogavam contra seus algozes e, depois, difundiram o jogo da bola oval.
A Copa de 95, disputada numa África do Sul já livre do apartheid, era o momento ideal para a reconciliação racial no esporte. Nelson Mandela entregou a taça vestindo a camisa do branco François Pienaar. Mas houve pouco avanço.
Hoje a África do Sul enterra passado de lembranças tristes, mas vitoriosas.


TV - Inglaterra x África do Sul
ESPN Brasil, ao vivo, às 17h



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