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RÚGBI
África dá adeus a apartheid particular
ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Assim que acabar o jogo
de hoje contra a Inglaterra, válida pela final da Copa do Mundo de rúgbi da
França, o esporte mais popular da África do Sul sofrerá reviravolta. E o resultado do duelo em Saint-Denis pouco importa.
Imune à transformação
política do país desde a redemocratização, em 92, o
rúgbi sul-africano viverá
sua própria revolução. Pela primeira vez, a equipe
(campeã mundial em
1995) será conduzida por
um treinador negro, como
negra é 90% da população.
A ascensão de Peter de
Villiers ao comando do time, um dos melhores do
esporte, virá acompanhada de um sistema de cotas
que vai garantir aos jogadores não brancos dez
postos (entre 30 convocados) a partir de 2008.
Do elenco deste Mundial, só sete atletas não
têm ascendência africâner
(holandesa) ou britânica,
nações que disputaram a
colonização do país. Mas
só dois negros são titulares
absolutos. Um deles, o
ponta Bryan Habana, precisa de um try (jogada máxima do rúgbi, quando a
bola é levada à linha de
fundo) para virar o maior
artilheiro de uma Copa.
O duelo com os ingleses,
atuais campeões mundiais, remete à própria história do rúgbi sul-africano.
Foi um professor inglês
que introduziu a modalidade na região, em 1860.
Confinados em campos
de concentração, os africâners jogavam contra seus
algozes e, depois, difundiram o jogo da bola oval.
A Copa de 95, disputada
numa África do Sul já livre
do apartheid, era o momento ideal para a reconciliação racial no esporte.
Nelson Mandela entregou
a taça vestindo a camisa do
branco François Pienaar.
Mas houve pouco avanço.
Hoje a África do Sul enterra passado de lembranças tristes, mas vitoriosas.
TV - Inglaterra x África do Sul
ESPN Brasil, ao vivo, às 17h
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