Equipe, que enfrenta hoje o Paraná, transforma o Parque Antarctica, antes um fantasma, em aliado na reta final

Dos 15 pontos disputados em casa no segundo turno, time dirigido por Caio Jr., que tenta voltar à zona da Libertadores, conquistou 12

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Parque Antarctica mudou. Não que a casa palmeirense tenha trocado de endereço. Continua lá, na rua Turiassu. Mas, se há pouco tempo o estádio tinha a fama de assombrar torcida e jogadores, hoje ele exibe seu novo status de amuleto.
A metamorfose que fez do antes fantasma do Palmeiras seu mais fiel aliado do momento é explicada em números.
No primeiro turno, o time disputou 27 pontos em seus domínios. Levou apenas 12 -aproveitamento de 44,44%. Já na metade final do torneio, 15 pontos foram jogados no Palestra Itália. A equipe conquistou 12 (80%). Só perdeu o clássico para o São Paulo (1 a 0), líder do Nacional, após ter um gol a seu favor anulado equivocadamente pela arbitragem.
"A gente dificilmente conseguia os triunfos. A ansiedade tomava conta. Mas vieram as vitórias, vivemos um novo momento. A confiança veio junto", explicou o volante Pierre, cortado da partida de hoje, diante do Paraná, devido a uma lesão muscular na perna esquerda. Wendel será seu substituto.
Para entender melhor o que significou psicologicamente aos atletas essa mudança de retrospecto em casa, bastam dois recortes rápidos no tempo.
O primeiro, no dia 9 de agosto. Ao término do 1 a 1 contra o Internacional, 15.496 torcedores vaiavam mais uma pífia apresentação da equipe alviverde em seus domínios. Era o terceiro empate do Palmeiras no Parque Antarctica, em sua última apresentação caseira do turno inicial do Brasileiro.
O segundo, no dia 6 deste mês, quando a equipe bateu o Grêmio por 2 a 0 e desceu para os vestiários, após o fim do confronto, aplaudida de pé por 22.667 palmeirenses.
"Mudou [o desempenho do Palmeiras em casa] porque tivemos uma seqüência de vitórias", disse o técnico Caio Jr.
Com os triunfos, mudou também a ambição do Palmeiras na competição. Após o empate contra o Inter, o time encerrou a 18ª rodada na oitava colocação. Hoje, na abertura da 31ª, a equipe é a quinta na tabela, com 51 pontos, a somente dois do vice-líder Cruzeiro.
"Passamos por momentos difíceis. Mas o ambiente sempre foi muito bom", afirmou o goleiro Diego Cavalieri.
A campanha ascendente do time tornou-se fundamental para resgatar o apoio da torcida, que hoje vai comparecer em grande número. Os 20 mil ingressos da promoção da Nestlé -na qual se troca três pacotes de biscoito por um bilhete- esgotaram-se rapidamente.
"Como o estádio vai estar cheio, repercute mais o apoio. A torcida vai jogar junto com os atletas", afirmou Caio Jr.
Vitórias, que chamam a torcida, que lota o estádio. O ciclo vicioso criado pelo Palmeiras só será quebrado em caso de tropeço para o Paraná, terceira pior equipe do Nacional, com 34 pontos conquistados.
"Temos que estar preparados para qualquer surpresa", avisou o comandante palmeirense, que armou o quarteto ofensivo formado por Caio, Valdivia, Luiz Henrique e Rodrigão utilizado nas últimas rodadas.