São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O patinho feio

NUM CLÁSSICO em que se critica o excesso de volantes e zagueiros, é de se esperar que o único meia decida. No desenho de Palmeiras x São Paulo, Hernanes marcava e era marcado por Léo Lima e os duelos se repetiam com Sandro Silva x Hugo, Diego Souza x Jean. Quando o volante Jean partiu para ataque, aos cinco minutos, era o único jogador desmarcado em campo. Isso até Léo Lima chegar junto. Pênalti convertido por Rogério.
O meia em questão, Diego Souza, errou ao não acompanhar o volante são-paulino e, depois, ao cavar sua expulsão. Como se equivocou Léo Lima, ao fazer o pênalti e ao errar o passe que resultou no segundo gol, de Dagoberto. O Tricolor fez 2 x 0 em contra-ataques, como planejou Muricy.
E Luxemburgo? Seu time foi previsível e insistiu sempre pelo meio. Os laterais Granja e Leandro jamais conseguiram se livrar da marcação. O Palmeiras tinha 61% de posse de bola e poucas chances concretas de gol, até Denílson chegar à linha de fundo e cruzar para Kléber fazer 2 x 1. Mesmo a falta cobrada por Leandro, no segundo gol, nasceu de um lance pelo meio.
O Palmeiras não foi criativo, como se espera dos times de Luxemburgo, e esbarrou na marcação de Muricy. Na história dos dois técnicos, o são-paulino venceu nove vezes e o palmeirense ganhou quatro. Do clássico, Luxemburgo saiu mais perto do título, mas a estratégia que deu certo foi de Muricy, que ganhou também no número de apostas que deram certo.
Luxemburgo acreditou no lento Roque Júnior. Em contra-ataque, ao 24 minutos, Jorge Wágner ficou frente a frente com Roque e lançou para si. Saiu atrás de Roque e chegou na frente. Acreditou em Denílson e se deu bem. Mas apostou em Léo Lima e deixou Pierre no banco.
Do outro lado, André Dias só errou uma bola, o drible quase inevitável de Denílson. A outra aposta de Muricy é óbvia: Miranda, o invencível. A terceira, o garoto Jean, que depois de Diego Souza, venceu também o duelo com Evandro. Todos patinhos feios, quando comparados com os mais badalados jogadores do Palmeiras, como Roque, Kléber e Diego Souza. Muricy, o patinho feio dos técnicos, ganhou por pontos o duelo com Luxemburgo.

SAÍDA PELA DIREITA

O mais criticado dos técnicos do Brasileirão, Adílson Batista montou o Cruzeiro para atacar pela esquerda, com Carlinhos e Fernandinho, que é meia e jogou boa parte do ano improvisado na lateral. No jogo-chave, Adílson escalou-o no meio e foi dele o passe perfeito para Jonathan marcar, na direita.

ALTERAÇÕES

Mudar o time no intervalo não se faz apenas mexendo nos jogadores. O Santos mudou do primeiro para o segundo tempo, sábado, contra o Botafogo, quando Márcio Fernandes deslocou Molina para a ponta esquerda. Prendeu Thiaguinho, o único que criava no time carioca. A vitória saiu com Molina.

O MELHOR

No sábado, na partida contra o Atlético-PR, no Beira-Rio, Alex mostrou porque pode ser considerado o melhor jogador do Campeonato Brasileiro, embora seu time ainda esteja no bloco intermediário da competição. Primeiro, um drible de futsal e um passe milimétrico para Nilmar. Depois, uma jogada ao seu estilo. Drible perfeito e tiro mortal. Ninguém neste Campeonato Brasileiro está jogando mais do que Alex, do Internacional.



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