PALMEIRAS
Sem Valdivia, equipe aposta na bola parada de volante

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

No intervalo de Palmeiras e Ceará, no último domingo, o meia Geraldo reclamou. "O Palmeiras só faz gol assim: os caras caem lá na frente, e o juiz marca tudo." O goleiro Michel Alves completou: "O pior é que tinha o Marcos Assunção do outro lado".
Alguma razão eles têm.
Quando a situação aperta para o Palmeiras, uma falta perto da grande área é quase pênalti para o volante de 34 anos. Foi dele o gol neste empate por 1 a 1 contra o Ceará de Geraldo e Michel Alves.
E hoje, contra o Universitário Sucre, na partida de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana, Marcos Assunção ganha status de peça mais importante da prancheta da Luiz Felipe Scolari, ao lado do atacante Kleber.
Sem Valdivia, machucado, o time aposta nas bolas paradas para obter, no mínimo, um empate, que o classifica. E decidir partidas para o Palmeiras é o que Marcos Assunção mais tem feito.
Em 27 jogos, ele marcou oito gols, sendo sete de falta.
Absolutamente todos eles foram decisivos. No Brasileiro, sem seus gols, o Palmeiras teria 11 pontos a menos, cairia do 10º para o 15º lugar.
Na Sul-Americana, na fase anterior, foi dele o terceiro gol do Palmeiras contra o Vitória aos 45min do segundo tempo, que classificou o time para pegar o Sucre. E, na semana passada, Marcos Assunção marcou, de novo, na vitória por 1 a 0 na Bolívia.
"No Betis, eu fazia muitos gols de falta. Tinha partida que o nosso time estava perdendo ou empatando e que, se tivesse uma falta, eu já sabia que era gol", disse o volante, que atuou no clube espanhol entre 2002 e 2007.
Em pouco tempo de Palmeiras, Marcos Assunção, 34, adquiriu um status de ídolo comum só a Kleber, Valdivia, Marcos e Scolari.
Seu nome é um dos mais ovacionados pela torcida nos estádios. Nos aeroportos, em viagens do time, é um dos mais assediados. "Não me considero ídolo. Para ser ídolo, tem que ganhar títulos, e ainda não ganhei nenhum no Palmeiras", disse Assunção, que defendia o Barueri antes de vir para o Palmeiras.
Sobre a importância de suas faltas nos resultados, Assunção desconversa. "É algo bom que nós temos, mas há outros jogadores que podem decidir", afirmou.