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BOXE
Punição a brasileiro foi causada pelo fato de ele ter defendido o cinturão de maneira irregular no dia 26
Justiça dos EUA detém e algema Popó
EDUARDO OHATA
da Reportagem Local
O brasileiro Acelino Freitas, o
Popó, 24, campeão dos superpenas pela Organização Mundial de
Boxe, foi algemado e detido brevemente durante uma sessão judicial em Las Vegas (EUA), ontem, por ter defendido o cinturão
no último dia 26 na Bahia.
O juiz Michael Cherry, que supervisiona o caso no qual Arthur
Pelullo ganhou ação por quebra
de contrato, confirmou que o
norte-americano segue como
único promotor de lutas de Popó.
Foi disputando o torneio Boxcino, promovido por Pelullo (que
reuniu pugilistas de oito países
em 1997), que Popó começou a
ganhar notoriedade no cenário
pugilístico internacional.
Como o combate contra Anthony Martinez não foi promovido pelo norte-americano, Cherry
resolveu punir o baiano, ordenando que os policiais algemassem o pugilista e o encaminhassem à sua ante-sala, onde permaneceu por algumas horas.
Após pagar uma multa de US$
10 mil, o brasileiro, que não estava
acompanhado por nenhum de
seus empresários, foi liberado.
Segundo Ruy Pontes, um de
seus empresários, ele não acompanhou Popó à audiência porque
teve de permanecer no Brasil organizando uma programação de
boxe. O outro empresário, o mexicano Ricardo Maldonado, que
cuida dos interesses do lutador no
exterior, estava no Japão, onde
outro de seus boxeadores lutaria.
O empresário brasileiro nega
que seu lutador estivesse desamparado durante a sessão nos EUA.
""Um juiz baiano havia concedeu liminar autorizando a luta.
Pena que os norte-americanos
não reconheceram", reclamou
Pontes. ""Achei que a audiência ia
dar em nada, por isso não fui. Mas
o irmão de meu sócio na "Oficina
de Idéias" (empresa que empresaria Popó) acompanhou ele."
A TV Globo, que transmitiu o
combate, também se isenta de
qualquer culpa no caso.
Ciro José, diretor de negociação
de direitos esportivos da emissora, explica que ""como a OMB havia dado o aval para a luta, entendemos que não havia problemas".
O empresário norte-americano
Pelullo afirmou que o juiz Cherry
optou por ""congelar" seu contrato com o brasileiro e estaria propenso a prorrogar ainda mais sua
validade, que em condições normais iria até fevereiro.
""O juiz confirmou que Popó
não pode lutar por mais ninguém
a não ser eu", disse Pelullo.
Pontes, porém, vê uma saída.
""Entramos com uma apelação
na Justiça dos EUA. O resultado
deve sair no próximo dia 10. Quero deixar bem claro que não vamos fazer acordo nenhum com
esse Pelullo", disse Pontes.
O empresário brasileiro minimiza os efeitos negativos que a
manutenção da decisão em favor
de Pelullo possa ter.
""O máximo que ocorreria então
é que Popó não poderia mais lutar
dentro dos EUA. Nesse caso, continuaríamos fazendo suas lutas no
Brasil. Ou em outra parte do
mundo", explica Pontes.
Essa situação, no entanto, impediria que Popó participasse de lutas unificatórias contra os campeões pelas outras versões.
Os norte-americanos Floyd
Mayweather, campeão pelo Conselho Mundial de Boxe, e Diego
Corrales, dono do cinturão da Federação Internacional de Boxe,
desenvolvem carreira nos EUA,
pois o dinheiro das TVs norte-americanas é fundamental para a
realização das ""superlutas".
A próxima apresentação de Popó, que está invicto em 22 combates, todos decididos por nocaute,
deve ocorrer contra o britânico
Barry Jones, ex-campeão e primeiro do ranking da OMB, provavelmente em Salvador.
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