DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de quatro anos após a final da Copa do Mundo da França, quando sofreu uma crise nervosa horas antes da derrota para a seleção anfitriã, o atacante Ronaldo volta a ser dirigido hoje por Mario Jorge Zagallo, um dos principais coadjuvantes daquele episódio.
Em entrevista à última edição da revista dominical do jornal espanhol "El País", o artilheiro da Copa-2002 revelou que o fantasma de 98 continuou a persegui-lo no Mundial Coréia/Japão.
"Fiquei com muito medo de dormir depois de comer. Muito, muito medo. Fui procurar alguém para conversar e me distrair. Mas não encontrei ninguém. Estavam todos dormindo. Fui atrás do Dida, que também dormia. Dida é meu melhor amigo, então eu o acordei, e ele passou toda a tarde conversando comigo sobre bobagens", contou Ronaldo, questionado se pensou no episódio da França antes da final contra a Alemanha em Yokohama (Japão).
O atacante justificou seu medo dizendo que seu problema antes da decisão de 98 começou em meio a um cochilo depois do almoço.
"Lembro que, depois de comer, poucas horas antes da final de Paris, fui dormir. Quando acordei, me senti doente. Por isso é que desta vez [em Yokohama] estava com muito medo de dormir depois de comer."
Indicado anteontem como finalista da eleição anual da Fifa para melhor jogador do mundo -com Zidane e Kahn-, Ronaldo é, ao lado de Roberto Carlos, o jogador que mais tem brincado com Zagallo em Seul.
Antes da final de 98, ao saber que Ronaldo havia sofrido a crise nervosa e fora para um clínica fazer exames, Zagallo chegou a escalar Edmundo para a vaga do astro.
Mas, como o resultado dos exames não apontou problemas, Ronaldo teria então pedido ao treinador para ser escalado, alegando estar se sentindo bem e não querer ficar ausente da decisão.


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