São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Equipe, que obteve visibilidade na luta pelo rebaixamento, pode ganhar de TV e patrocinador o mesmo em 2003

Parceiros devem pôr Palmeiras na "elite"

RODRIGO BERTOLOTTO
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prejuízo moral que o Palmeiras teve com o rebaixamento para a segunda divisão foi enorme, mas, mesmo na Série B do Brasileiro, o time não deve sofrer tanto na economia e no marketing.
A equipe do Parque Antarctica está tendo apoio dos demais fundadores do Clube dos 13, de seu patrocinador, a Pirelli, e conta também com a ajuda da Globo.
Mesmo fora da elite nacional, o Palmeiras pode receber a mesma cota de TV dos times da primeira divisão. Apenas alguns dirigentes de grandes clubes do país são contrários a essa "regalia" palmeirense -por ter uma das cinco maiores torcidas do país, a equipe costuma receber a melhor cota paga aos times que jogam o Nacional.
A Pirelli tem contrato com o clube até o final de 2003 e, segundo Marcos Caruso, 46, representante da multinacional italiana que cuida da parceria com o Palmeiras, os US$ 2 milhões pagos ao time por temporada serão mantidos no ano que vem mesmo com a equipe na segunda divisão.
"O rebaixamento do Palmeiras não prejudica nem ajuda a Pirelli. Nossa parceria vai além do patrocínio nas camisas. Temos placas de campo, camarotes no Parque Antarctica, realizamos torneio para os nossos funcionários no CT do clube, muitas coisas."
Giorgio Della Seta, presidente da filial da Pirelli no Brasil, já disse algumas vezes que a intenção da empresa é ter ""um relacionamento longo" com o Palmeiras.
Segundo Caruso, que é consultor de marketing esportivo, o rebaixamento é algo bem conhecido pelos italianos e não resultará em redução de verbas -a americana Nike, por exemplo, poderia romper seu contrato com o Flamengo se o time carioca caísse.
"A Pirelli tem tradição em investimento no esporte. Na Itália, todos são acostumados com o rebaixamento. É algo natural."
Caruso vê até aspectos positivos, no que se refere ao marketing, na queda do Palmeiras, que terá o nome Pirelli na frente e nas costas da camisa -a marca Cinturato P4 deixará o uniforme.
"O Palmeiras nas últimas semanas apareceu mais que muitos dos times classificados. Se pensarmos na visibilidade, será bom, sim [o rebaixamento]. Seguramente, tem tudo para acontecer algo como o que ocorreu com o Fluminense. A torcida do Palmeiras, como a italiana, apóia muito o time. Isso foi uma das características que atraíram a Pirelli", disse.
Quando esteve na terceira divisão, em 1999, o Fluminense levava em média 15 mil torcedores por jogo no Rio -bem maior que a dos anos anteriores, quando jogou as Série A e B.
Em 2002, o Palmeiras foi apenas o 12º na lista dos clubes com melhor média de público. Para o ano que vem, mesmo na Série B, a equipe poderia ser mais apoiada em campo, o que resultaria, entre outras coisas, em rendas melhores. "Nossa torcida não vai mudar. A equipe tem de fazer uma boa campanha na segunda divisão, subir e montar um bom time", afirmou Marcelo Lima, presidente da TUP, segunda maior torcida organizada palmeirense.
Por outro lado, a Mancha Alviverde, a maior facção do time, já detecta queda na venda de produtos em sua loja. O mesmo acontece na butique oficial do clube, dentro do Parque Antarctica, que vende desde edredom até baralho com distintivo. "Com a má campanha, caiu bastante a venda de produtos. Esperaramos que diminua mais em 2003", disse seu gerente, Sérgio Brasileiro.


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