São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002

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Corintianos voltam a citar atrasos

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais uma vez às vésperas de uma partida importante o assunto no Corinthians foi o atraso de pagamentos de salários.
Desta vez foi Gil, que ontem reclamou do atraso no pagamento dos direitos de imagem. Segundo o atacante, a inadimplência já é de dois meses. Apesar de cobrar publicamente os dirigentes, o jogador nega que a queda de rendimento da equipe nas últimas rodadas tenha relação com isso.
"Os nossos direitos de imagem estão atrasados há dois meses, mas isso não tem nada a ver com o que fazemos dentro de campo. A situação é ruim porque todos temos contas vencendo. Como somos funcionários, temos que acatar as decisões. Mas agora só faltam seis jogos [até a final], e o título nacional é mais importante do que isso", disse Gil.
A diretoria não nega que deve aos atletas, mas minimiza o valor da dívida e afirma que tal problema não "afeta o ambiente".
"Ainda não pagamos o que devemos [direito de imagem] por outubro, que sempre é pago em meados de novembro, mas vamos acertar isso logo", disse o vice-presidente de finanças do clube, Carlos Roberto Mello.
Antes, em setembro, o mesmo Mello havia acertado com os jogadores o pagamento parcelado do prêmio pelo título da Copa do Brasil, conquistado em maio. Os jogadores receberiam o "bicho" em suaves prestações -mas, até agora, nada receberam.
Ontem, antes do embarque para Jarinu, onde o time se concentrará para o primeiro jogo com o Atlético-MG, a "chapa de negociação" formada pelos jogadores -fazem parte Rogério, Vampeta, Guilherme, Scheidt e Fábio Luciano- foi até a sala do presidente corintiano, Alberto Dualib, para tentar receber "alguma coisa".
"Querendo ou não, isso atrapalha em campo. Para mim, estão faltando o prêmio da Copa do Brasil e o direito de imagem de outubro. Mas logo vai vencer novembro. Tem gente que está em situação diferente", disse Rogério.
A negociação pouco avançou. A resposta dos dirigentes corintianos foi a mesma de sempre: o HMTF, ex-parceiro do futebol, deixou o departamento cheio de dívidas e, indevidamente, não devolveu o dinheiro que embolsou pelos meses finais do ano -de patrocinador, da TV e do fornecedor de material esportivo.
Só isso dá um montante de R$ 5,8 milhões, que o clube cobra do fundo americano na Justiça.
Para acalmar os ânimos, entretanto, os dirigentes prometeram quitar os prêmios da Copa do Brasil até o final desta semana.
Na semana que vem, segundo disse a diretoria, serão depositados os valores do direito de imagem. "Viajamos [para Jarinu] bem mais tranquilos agora. Sem esse problema", afirmou Rogério.


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