São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Título faz mito de Rogério ganhar força no São Paulo

Melhor jogador do Mundial e da Libertadores, capitão fez tratamento até no dia do jogo para pegar o Atlético-PR

Contido, goleiro não aderiu à volta olímpica dos colegas até o término da partida do Internacional, que decretou a conquista são-paulina

DA REPORTAGEM LOCAL

A cada ano Rogério parece capitalizar mais na disputa para ver quem é o maior ídolo da história do São Paulo. E o título do Brasileiro lhe confere mais pontos na empreitada.
Ainda mais porque, para garantir presença no jogo contra o Atlético-PR, que sacramentou o tetracampeonato, ele passou por sessões de fisioterapia até no fim de semana passada para curar uma lesão muscular na coxa direita que o tirou de dois jogos na reta final.
Mesmo ontem, dia da partida, fez um trabalho especial de relaxamento muscular, para suportar os 90 minutos. Depois, festejou lembrando a derrota na decisão da Libertadores, para o Internacional.
"Acho que a equipe absorveu todas as cargas negativas após aquela derrota e se superou para conquistar o título", disse.
Rogério também valorizou o trabalho do técnico Muricy Ramalho, criticado depois do fiasco na Libertadores -então o segundo vice-campeonato do clube no ano, que depois perderia a Recopa para o Boca.
"Ele tem grande participação, superou muitas críticas e hoje foi coroado com um título importantíssimo".
O esforço do Rogério nos testes físicos em bicicleta ergométrica, corridas no gramado e em esteira e nas sessões de ultra-sonografia, eletroterapia, aplicação de gelo e de ondas curtas foi maior que o que ele teve de fazer na etapa inicial. No segundo tempo, não falhou no gol e ainda salvou o que seria a virada do Atlético-PR, em chute de Erandir à queima-roupa.
Após o apito final, enquanto os companheiros já davam a volta olímpica, o goleiro, cercado por repórteres e cinegrafistas, se conteve até o fim do jogo entre Paraná e Internacional.
Só no momento em que o placar eletrônico cravou o título é que o capitão extravasou. Foi até a arquibancada, buscou uma bandeira com os torcedores e deu sua volta olímpica, sempre seguido de jornalistas.
Na maior parte dos 15 anos de espera são-paulina pelo Brasileiro, Rogério foi titular do time. Até o ano passado, ele carregava a fama de não ganhar troféus de expressão, o que depunha contra na corrida para ser considerado, enfim, o maior da história do clube.
Ele mesmo questionava se era o melhor goleiro do São Paulo. As conquista internacionais do ano passado, porém, o deixaram em posição privilegiada na galeria de craques tricolores. Foi o melhor jogador da Libertadores e do Mundial.
Desde os anos 40, com a chegada de Leônidas, o São Paulo contou com grandes nomes do futebol. Montou esquadrões e abasteceu a seleção brasileira em todas as Copas após a Segunda Guerra. Mas poucos tiveram a fidelidade de Rogério, no São Paulo desde 1990.
Sócio do clube, do qual já admitiu um dia disputar a presidência, ele tem o recorde de partidas com a camisa tricolor (703 jogos) e estabeleceu a marca de goleiro com mais gols na história do futebol (67).
Ele quer jogar ao menos mais quatro anos antes de pendurar as luvas. Acha difícil completar mil jogos pelo time e marcar cem gols na carreira, mas tem tempo para mais títulos e mais história no São Paulo. (LUÍS FERRARI E RODRIGO BUENO)


Texto Anterior: Equipe sofre "apagão" no jogo decisivo
Próximo Texto: Memória: Goleiro viveu infortúnios na temporada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.